tag:blogger.com,1999:blog-8924406411949404372024-03-13T00:09:13.915+00:00sabores da vidaUnknownnoreply@blogger.comBlogger47125tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-83674060558722612272017-11-25T16:50:00.003+00:002017-11-25T16:57:54.573+00:00ajudar a ajudar<br />
<br />
Por amizades antigas e sinceras de uma vida que vivem nesta região castigada pelos fogos de verão, - sou amigo de longa data do seu ilustre "alcaide" D. Valdemar Alves!..._ - decidimos visitar o restaurante do Lago Verde.<br />
Para espairecer de agruras da vida e variar as rotas; lá fui com a condessa até ao Pedrogão Grande de triste memoria, onde me comovi com o novo monumento evocativo ao mérito dos bombeiros e tentei recordar um espaço de comidas e paisagem que já conhecia, mas onde já nao ia há que anos...<br />
Tentar ajudar a reconstrução de vidas e o comércio local pressupõe andar por ali. A região merece.<br />
Vieram umas entradas de enchidos braseados muito simpaticas. Com um pão excepcional de consistencia e sabor. Começou bem.<br />
Pedimos 2 sopas de peixe q estavam muito boas; um pouco mornas já, mas óptimas de confecção.<br />
Foram pedidas ainda uma dose de achigã grelhado que vieram acompanhados de batata cozida e um molho verde, e um prato misto de maranhos e bucho, que veio com umas couves afogadas sem qualquer preparo posterior e umas batatas fritas ja frias<br />
Os achigãs estavam secos e sem frescura nenhuma. Lamentável, até por estarmos a ver a barragem onde moram e tal incúria denotar um desconsolo evitável. As couves ficariam a merecer um preparo posterior salteado em alho e azeite ou enfim, sem aquele ar desconsolado e triste de simplesmente afogadas em água a ferver.<br />
Acompanhamos com água e um Borba doc q cumpriu.<br />
Atendimento razoavel e delicado mas qualidade a carecer de muitos ajustes, meus amigos.<br />
Preço ligeiramente acima das expectativas e merecimentos<br />
Decididamente ficou desta vez... aquem do q gostaríamos de poder relatar... Paciencia.<br />
Andamos 100+100= 200kms para ali estar; e mereciamos todos q os empresários locais reflitam bem e ...nos ajudem a ajudar.<br />
Estamos entendidos?<br />
<span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px;">Sala/Mobiliário ***</span><br />
<span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px;">Porções***</span><br />
<span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px;">Tempo de espera****</span><br />
<span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px;">Confecção **</span><br />
<span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px;">Serviço ****; WC ***; Estacionamento *****; Ambiente **; Grau de satisfação geral **</span><br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;" /><span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px;">Preço $$$</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-6242155099417012412015-05-16T21:08:00.002+01:002017-11-25T16:58:38.637+00:00"Bistro...Gulli" - Aljezur<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Explicação prévia - Pouco ligo a cozinha italiana, sinceramente. Ponto. Defeito meu.</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Acho adequada e saborosa para uma vez no ano. Ou um recurso caseiro naqueles dias em que meia dúzia de amigos nos invadem a casa e temos de resolver rapidamente, de forma o mais airosa possível, um jantar <i>ad hoc </i>que não nos envergonhe; e não temos nada de jeito em casa. Nem peixe fresco, nem peça de carne limpa. E de forma salvadora nos lembramos da carne migada que sobrou ontem do <i>hamburger</i> do miúdo... dois tomates esquecidos, um pouco de queijo no frigorífico, e um <i>spaghetti </i>salvador, coisa assim...</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E lá vamos nós, numa espécie de versão de sopa da pedra à italiana, feita a partir de coisa nenhuma para a eterna busca de sabores... De facto - com uma habilidade aldrabativo-criativa que se lhes reconhece internacionalmente e uma base extremamente simples - eis que avançamos para uma tomatada, com muita cebola, azeite e alho; uns cogumelos, uma saqueta de spagethi e umas raspas de queijo que estava esquecido no frigorífico, umas ervas...etc </span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E, <i>subito</i>, - se confeccionarmos com amor e algum "<i>temple</i>"- consegue-se um brilharete imenso! Fácil. </span><span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E verificamos também, no fim, que apenas gastámos 1,1€ por porção (ou, provavelmente, no jantar completo...) e que acabamos recebendo imensos elogios de tais amigos. </span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Eis, portanto, uma gastronomia simples, eficaz, saborosa. Ok. Mas longe de merecer, a meu ver - tanto pela repetição de ingredientes, como pela relativa pobreza e simplicidade...- nem a fama mundial que tem, nem o preço que se pratica... Mas adiante.</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Com efeito, <i>caneloni, tagliatelli, spaghetti, lasagna, pizza, macarroni, fusili,</i> etc... para mim, serão sempre "as mil e uma engenhosas formas de cozinhar farinha"... Com mais ou menos cebola, mais alho, mais orégãos, mais carne migada, mais ou menos tomate, seco ou maduro, mais ou menos queijo, umas raspas de coisa nenhuma e, sobretudo, mais ou menos engenho...Está bem. Não é exactamente assim. Eu sei. Mas quase.</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Acontece que bons amigos, residentes na costa vicentina, há muito queriam visitar tal "<i>Bistro</i>"! Bom... vamos </span><span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">lá</span><span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> </span><span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">então comer italiano! Ainda perguntei se havia </span><i style="color: #990000; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">risottos</i><span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b> </b>- variante de que gosto bastante...- mas qual quê? O chefe não está para aí virado, portanto cumpra-se o destino; e em Aljezur... sê romano!...</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Cozinha de autor? Ok, de vez em quando, há que experimentar sabores diferentes e um tanto fora da nossa própria preferência; haja gosto de viver e espírito aberto.</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b>Primeira reacção</b> - Eis um espaço inusitado; pois, em plena costa vicentina, em vez de se servir peixe fresco, grelhados ao ar livre, caldeiradas e cataplanas, se optou por outro conceito - <i>Haute cuisine</i> ou cozinha de autor, se preferirem.</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Confesso que os dedos dos pés se me arrepiam quando ouço e leio que abriu um "<i>bistro",</i> ou uma "<i>brasserie"</i>, ou algo com uma qualquer classificação assim, pretensiosa, estrangeirada e irregular. Sou português; e possuímos neste nosso país uma culinária fabulosa em variedade, ingredientes, sabores, riqueza e inventiva de confecção. Mas o conceito ali, foi precisamente <i>fazer diferente,</i> num Algarve que ainda sabe a Alentejo e - apesar da pouca distância do mar - para ali convergiram os esforços e saberes de "alta costura" do chefe Luigi e sua tripulação.</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Espaço é um tanto modernista, chocando com o conceito de <i>snack </i>de beira de estrada que grassa por todo o país. Surge com um visual moderno, minimalista, elegante sem descurar alguma rusticidade, tanto nos tectos de madeira, como no exterior, onde ostenta um espaço de jardim "<i>rocaille</i>" e uma esplanada simpática.</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O calor que se fez sentir obrigou-nos a optar pela sala, mas notei que não há ar condicionado, - o que para a região e com o tempo que se avizinha - não parece muito "<i>branché"</i> nem elegante.</span><br />
<span style="color: #990000;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O espelho de parede parece ser posto apenas para clientes acima dos 2 metros de altura mas o revestimento a tábuas resulta, embora tudo respire um certo ar artesanal, talvez propositado. </span><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Casas de banho simples, sem cabides; e toalha para limpar as mãos apenas no lavatório exterior. </span><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Chão em mosaico hidráulico, paredes e cores gerais dentro da paleta de brancos e cinzentos.</span></span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Carta de vinhos não muito extensa mas variada, com alguns vinhos italianos e portugueses; e, sobretudo, muito bem feita, - com as castas, os estágios em casco e em garrafa e os tempos de maturação. Assim sim.</span><br />
<span style="color: #990000;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Não há <i>amuse bouche</i> especial para ninguém.<i> Couvert</i> trivial e alfaias ao dispor em balde de latoaria - uma ideia de agradável colorido local. </span></span><span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Manteiga de autor </span><span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">e pão (de alho?) cortado. A</span><span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">zeitonas preparadas, apresentadas num boião de vidro. Ao indagarmos "<i>onde?</i>..."- responderam-nos: </span><span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">- "</span><span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ponha os caroços na tampa do boião!</span><span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">" - Não gostei. </span><br />
<span style="color: #990000;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Pedi guardanapo de pano, mas também não havia. Para um restaurante </span><i style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">gourmet</i><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> e com nome finório... a coisa começava mal.</span></span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Em almoço para 4 pessoas houve a possibilidade de experimentar varias hipóteses, pois a casa admite um menu de degustação para duas pessoas, com direito a 4 opções; tudo a um preço de cerca de 30 euros. </span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Pedimos vinho da casa, maduro, algarvio, que cumpriu sem deslumbrar.</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Deu para provar uma <i>tempura</i> de camarão em cama de rúcula e com um molho agradável (<i>tempura</i> é apenas o nome chique e japonês para algo que nós chamaríamos fritar algo envolto em polme, mas pronto, chamemos-lhe assim...) uns <i>raviolli </i>com camarão e <i>courgettes</i> - no género, prefiro sinceramente um bom rissol de camarão a estes pretenciosos <i>raviolli</i> de carne; mas enfim...não desonraram.</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Provei ainda um <i>filet mignon</i> de porco preto extremamente leve, macio e muito simpático, um gaspacho com verduras grelhadas, batata doce laminada, uns camarões tigre que não me deslumbraram especialmente, mas cumpriram; e um tal <i>country</i> não sei quê com um <i>chèvre</i> esbraseado, cujo fomos menos ortodoxamente derramando no pão, pois estava simplesmente delicioso. 20 valores.</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Não gostei do decantado prato de mil folhas de bacalhau, (em cama de couve roxa caramelizada, suponho). A crosta cumpria mas faltavam, no mínimo, 999 folhas para poder ter tão pretensioso e <i>elusivo</i> nome...</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Como sobremesa, todos provamos - ao critério do funcionário Pedro - uma <i>mousse</i> muitíssimo bem apresentada, mas que nada de extraordinário nos trouxe, e um <i>tiramisu</i> em boião de vidro - esse sim!...- de dizer verdadeiramente "<i>bate-me agora, que eu gostei demais</i>!" Espectacular! Bravo!</span><br />
<span style="color: #990000;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b>Conclusão</b>: - Para quem quiser gastar uma noite diferente da oferta habitual na região, é de facto cozinha de autor e... muito bem ... Voltem; têm a minha tolerância e bênção gastronómica. </span></span><br />
<span style="color: #990000;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Eu... experimentei, gostei de umas coisas, de outras nem tanto, mas fico por aqui. Não deslumbrei. Continuarei a preferir uma boa caldeirada...</span></span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ah! E achei um tanto caro... Mas só para minha opinião - os parceiros gostaram. Sou eu que sou muito agarrado, já sei. </span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Serviço eficaz e simpático, sem fulgores.</span><br />
<span style="color: #990000; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><i><b>Obs</b></i> - Caramba! Acho que nunca escrevi tanto nome estrangeiro e em itálico. Estou a ficar finíssimo! :)</span><br />
<br />
<span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px; line-height: 20px;">Sala/Mobiliário ***; Porções***; Tempo de espera****; Confecção ****; Serviço ***; WC **; Estacionamento *****; Ambiente ***; Grau de satisfação geral ***</span><br />
<span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13px; line-height: 20px;">Preço $$$$</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-31482461639098979092015-02-22T21:26:00.002+00:002015-02-23T12:07:54.062+00:00Comida típica alentejana - CUIDADO!Cuidado com as imitações e cuidado com o sucesso e a fama.<br />
Acabo de viver um Fim de semana no Alentejo com algumas desilusões.<br />
Após a criação - e o proveito diga-se...- de uma aura de óptima comida e bebida.<br />
Após integrar uma rota de sabores à escala nacional.<br />
Após se terem constituído como espaço de referencia e reverencia na grande gastronomia.<br />
Após tudo isso o Alentejo <b>não pode dormir.</b><br />
Infelizmente neste fim de semana, isso aconteceu-me reiteradamente<br />
Eis aqui portanto, ironicamente, de minha espontânea lavra, a habitual receita modelo para montar um restaurante alentejano de sucesso:<br />
<br />
<b><i>1- Arranjar um nome muito rústico. Tipo a "Tiborna da Maria". O "páteo da avó". "O arado do Xico". "A Alpendrada da loiça". "A fábrica do arroz, do pão, ou da farinha"; "a moagem do padre Inácio". "A taberna do coice". " O castanheiro velho" - Nome Típico. Coisa assim.</i></b><br />
<b><i>2 - Por uma roda de carroça mesmo partida, na porta; e um arado. Nas paredes, fotografias ou desenhos do lugar quando era a dita taberna, fabrica ou pátio. Compor com ferragens campestres.</i></b><br />
<b><i>3 - Arranjar uns pratos com nomes caseiros e que são exibidamente servidos no pão, na telha, no alguidar de barro, etc. Espectáculo!</i></b><br />
<b><i>4 -Pendurar uma samarra velha no cabide da porta mesmo que seja Agosto. Toalhas aos quadradinhos. </i></b><br />
<b><i>5 - Fazer puxadores das portas em ferraduras velhas. Lavatório de barro ou pedra.</i></b><br />
<b><i>6 - Colocar 30 aperitivos na mesa a saltar a vista. O pessoal está faminto - vai usar e abusar. Grão com farripas de bacalhau. Pimentos, cogumelos, queijos, paios, azeitonas com alho, tâmaras com bacon...Não interessa. Muitos. Tudo caríssimo.</i></b><br />
<b><i>7 - Conseguir por os vinhos alentejanos - ali mesmo de herdades vizinhas, - mais caros que vinhos franceses de fama mundial. Estranho mas real. Nunca trocar uma garrafa mesmo que cheire manifestamente a rolha.</i></b><br />
<b><i>8 - Demorar uma hora - nunca menos!- a servir o prato principal. Os clientes vão "entrando" nas entradas, vão conversando e - como são pessoas bem educadas e não querem estragar o dia - vão aguentando e bebendo e disfarçando </i></b><br />
<b><i>9 - </i></b><b><i>Admitir um </i>chef<i> jovem, ambicioso, convencido e adepto da "nouvelle cuisine" Ou em alternativa arranjar</i></b><b><i> uma ucraniana que"ajuda" na cozinha, pois infelizmente"a ti Ermelinda está doente". É sempre uma boa desculpa se o cabrito for borrego, as batatas encruarem, ou a miga de espargos souber a cerelac de grelos.</i></b><br />
<b><i>10- Comprar pelo preço que for preciso, 3 ou 4 "críticos" de gastronomia de imprensa moderna, "independente" e de sucesso mediático. Se não conseguir, um qualquer estagiário </i></b><b><i>também serve, </i></b><b><i>desde que ponha o nome nas recomendações e "sugestões" de fins de semana .</i></b><br />
<b><i>11- Criar fama e deixar de ir aos mesmos fornecedores. Roubar nas doses. Inventar receitas para gastar menos matéria prima. Perder a frescura. Contar historias. Culpar os fornecedores.</i></b><br />
<b><i>12 Roubar estupidamente no preço como nos restaurantes famosos - de Évora, Castelo de Vide, Alandroal, etc Achar que o prestigio é proporcional ao preço que vem na factura</i></b><br />
<b><i>13 - </i></b><b><i>Deixar as batatas de forno e substituir por acompanhamento de batatas fritas e arroz. Dizer q o javali foi morto esta noite, mesmo q seja chapadamente porco velho com 3 dias em vinho tinto.</i></b><br />
<b><i>14- Colocar uma placa na porta de prémio de "excelência" e </i></b><b><i>uma </i></b><b><i>entidade </i></b><b><i>qualquer desconhecida</i></b><br />
<b><i> tipo "Traveler's book" "Restaurants of the world" "Cook Excellence & Merit" Coisa fina; mas que ninguém conheça, claro. Vendem-se barato.</i></b><br />
<b><i>15 - No fim oferecer sempre um cálice de licor de poejo, bagaço do patrão, broa da avó Miquelina ou coisa assim; sempre com os cumprimentos da casa. Não aceitar cheques e "o visa está avariado ou muito lento. Por acaso não tem dinheiro?"</i></b><br />
<b><i>.............</i></b><br />
Cuidado, portanto! <b>O sucesso implica muitas vezes, com o tempo, sobranceria, mentira, incapacidades logísticas e desqualificação culinária. </b><br />
Isso aconteceu-me neste <b>fds</b> em Arraiolos e nos arrabaldes de Borba. Mas é vulgar. E já me aconteceu o mesmo em Évora, Castelo de Vide, Alandroal, e em Mora.<br />
Espaços qualificadissimos. Galardoadissimos! Alguns que antes eu elogiara.<br />
Pois; mas hoje são: - <b>Maus</b>. Barretes!<br />
Continuo a recomendar o restaurantes simples e quase ocultos. Aqueles onde vai o Zeferino carteiro. O homem ficou viúvo e perdeu o conforto da cozinha caseira da sua Efigénia, coitadinha que Deus tenha; umas mãos de fada; mas já encontrou na tasca da Maria Pipa uma substituta de qualidade, com diária a muito bom preço, cuja nunca falha.<br />
Ou descobrir as tascas onde parar o Nunes; camionista de Valpaços que, por mor da sua viajada profissão, conhece o Alentejo como as próprias mãos e já não se deixa enganar. desvia-se os quilometros que for preciso mas vai onde sabe que é bom. E barato.<br />
<b>Seguir o Zeferino e o Nunes</b>, portanto. <b>Eis o segredo</b><br />
E NUNCA seguir as indicações de fazedores de opinião; pelo menos, outros que não seja eu ou alguém de muito confirmadamente sério!<br />
<b>Regra de ouro</b> -<br />
<i>Está na moda? É famoso?Estou farta de ouvir falar? - Hummmm!- </i> <b>Evite!</b><br />
SIM. Evita despesas parvas, chatices e dissabores.<br />
Conselho de amigo.<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-9492932759607613412012-05-28T15:29:00.001+01:002012-05-28T15:48:32.642+01:00<b>Paraíso do Zêzere</b><br />
Zaboeira<br />
<b>Vila de Rei</b><br />
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O nome não parece muito criativo mas denota a paixão verdadeira pelo rincão escondido onde tudo aconteceu. A mínima localidade de Zaboeira junto ao Zêzere.<br />
D. Ilda na cozinha, e seu filho Pedro, na sala, tornaram este Restaurante um dos meus pousos secretos de qualidade e lavagem de alma.<br />
Espaço amplo demasiado até para o abrigo que eu gostaria de sentir. Mas uma particularidade ambiente dificílima de encontrar - fundo ambiente sempre e exclusivamente de musica clássica, com preferência por musica italiana e barroco. Como escorrega bem tal companhia para os pratos de sabor que nos regalam...<br />
Para mim só as entradas já seriam pecado suficiente pois a zona de enchidos neste pais tem uma representação de grande qualidade na floresta central ou, se quiserem na região templaria.<br />
Caminhos.<br />
Para mim, vou por Tomar e Ferreira do Zêzere e ando mais uma dúzia de kms se tanto, viro à esquerda. Mas passando o rio, o concelho já é Vila de Rei. Pode optar por seguir a A23 e virar em Abrantes para a Sertã. Só que o troço desde a sede de concelho até lá a baixo à Zaboeira é curvo e complicado. Há que descer ate à barragem, mesmo ali, em pleno Castelo de Bode e então ficar por ali, contemplando a agua e a floresta, ouvindo Vivaldi Albinoni Salieri ou Mozart e saboreando a melhor sopa de peixe do mundo.<br />
Normalmente peço achegã grelhado com molho de coentros que para mim é divinal mas escolha por si e vai seguramente prometer voltar.<br />
Serviço cinco estrelas no meio de coisa nenhuma, selecção de musica de fundo superlativa, confecção feita com amor. Que mais pedir?<br />
Silencio - que este é um dos sítios que é só para amigos e gente de gosto...<br />
<br />
<br style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px; text-align: left;" /><span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px; text-align: left;">Sala/Mobiliário ***; Porções***; Tempo de espera***; Confecção *****; Serviço *****; WC *** * Estacionamento ***; Ambiente ****; Grau de satisfação geral *****</span><br style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px; text-align: left;" /><span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px; text-align: left;">Preço $$$</span>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-85379268421822805532012-05-10T19:30:00.003+01:002012-05-10T21:56:17.726+01:00<h2>
<b>Café Correia</b></h2>
<h3>
Rua do Correio<br />Vila do Bispo</h3>
<br />
Manda a justiça que, mesmo sem a periodicidade nem a regularidade que eu próprio desejaria, passe por aqui tal como o <i>chef</i> passa pelos tachos rectificando temperos e dando verdade aos seus piteus.<br />
Assim, também eu desejava reafirmar a seguinte verdade universal - ninguém é igual todos os dias. Isto vem a propósito de algumas criticas aqui efectuadas em que - precisamente por se tratar de cozinha alternativa, artesanal e familiar - as coisas estão especialmente sujeitas a não correrem bem um dia e revelarem capacidades excepcionais noutros dias.<br />
Vem isto a propósito de algumas visitas em que hoje, relendo a critica efectuada, infelizmente alguma injustiça haverá; tanto no elogio - que deixou de ser justificado, por se ter caído na vulgaridade e no desleixo, deixando factores pessoais interferirem na qualidade da restauração e na imaginação e disponibilidade criativa das pessoas, como na critica negativa, por algumas coisa terem melhorado com o tempo. Vejamos:- não há injustiça de minha parte, pois naquele momento e naquela hora e naquela visita, contei tudo o que senti e fui, como sempre, honesto. Mas fenómenos evolutivos em alguns casos - infelizmente a maioria...involutivos - perderam o fulgor das primeiras horas e o clima de tertúlia que os notabilizavam. Alguns por aqui estarão que são disso exemplo. Flutuam demais.<br />
Mas há um espaço de memoria bem negativa, a que, pelo contrario, regressei uns muitos anos depois, e desta feita só posso dizer bem. A visita foi numa condição bem diferente da primeira vez - esta como convidado de honra do Município e do seu Presidente, no dia do Município, precisamente...- e lá reentrei no<b> Café Correia</b>, Vila do Bispo, onde a pecha de um atendimento historicamente antipático, delirante, mal educado e sistemático me impediu de entrar vários anos. E tudo se tornou diferente.<br />
Fui desta vez surpreendido com o esforço de uma cortesia exemplar e uma qualidade gastronómica muito apurada, tanto na sopa de peixe, como na potra recheada caseira, como no xarem, para quem goste, nas favas cozidas e sobretudo no sabor da massa com peixe - coisa de que nem sequer sou especialmente fan - e da tomatada de polvo, excepcional. Tudo fazendo esquecer o coelho com batata cozida insosso e sem graça que, um dia, depois de muito ser insultado e maltratado, há muitos anos lá comera. Nada me custa menos que <b>retirar</b> pois ao Café Correia o labéu de local<i> interdito e amaldiçoado</i> para sempre. De facto -talvez aconselhado de dentro para fora...- verifico que alguém houve que teve o discernimento e o bom senso de fazer encaminhar as coisas para um trajecto apenas normal de cortesia que se impõe entre clientes e pessoal de serviço (neste caso a própria família proprietária ) do restaurante. O que, em conjunto com a qualidade da gastronomia do chefe - o pai Correia, o cair em si da proprietária e a progressiva influencia do filho do casal, como intermediario de bom senso, só podem beneficiar e manter este espaço como <b>porta de referencia gastronómica no barlavento algarvio.</b> Oxalá.<br />
Ali bem perto, aliás, para mim, ainda<i> cumpre uma "pena" de mais de dez anos</i> já, a <b>Tasca</b> de Sagres, de onde no Verão se desfruta de uma das mais maravilhosas vistas do Algarve para se jantar cedo, mas onde infelizmente, tanto o tempo de serviço, como a qualidade de comida, os jogos cúmplices e aldrabonicos com as marcações das mesas com melhor vista e a grosseria que ouvi de algumas observações do pessoal me têm impedido de entrar, enquanto me recordar dessas ultimas vezes em que lá fui, há tanto tempo já. Mas enfim.<br />
Dez anos decorridos, já é tempo, e um dia destes lá irei experimentar de novo, para ver se aprenderam alguma coisa. Primeiro porque o pessoal muda, e depois porque a vida ensina-nos coisas...<br />
E terei todo o gosto em rectificar classificação com alegria, se isso acontecer, tal como desta vez o faço - não deslumbradamente mas por verdadeiro merecimento humano e culinário - ao <b>Café Correia</b> de Vila do Bispo.<br />
<br />
<span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px; text-align: left;"><b>Resumo</b></span><br />
<br />
<span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px; text-align: left;">Sala/Mobiliário ***; Porções***; Tempo de espera**; Confecção *****; Serviço ***; WC *** Estacionamento **; Ambiente ***; Grau de satisfação geral ****</span><br />
<span style="background-color: #e6e6e6; color: #940f04; font-family: Georgia, serif; font-size: 13px; line-height: 20px; text-align: left;">Preço $$$/$</span><br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-64946597849163267582011-08-09T16:30:00.032+01:002011-08-09T17:08:47.443+01:00Mas afinal, comer nas Pousadas... nunca?!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3a_xPjguRa5zk4MBDLY9uZolr2HFsYPMDVqcqVWVsNqQCOVAYvTwWlPDelvnoyfOD4LJoUeJJGkGXbQTGlyaFwSOePmahhbN4Ml-v0X4MiclSG3VQBMdLSTrv634HuehFSoyALifP_f2c/s1600/Ourem_Fachada1.jpg" imageanchor="1" style="clear:left; float:left;margin-right:1em; margin-bottom:1em"><img border="0" height="168" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3a_xPjguRa5zk4MBDLY9uZolr2HFsYPMDVqcqVWVsNqQCOVAYvTwWlPDelvnoyfOD4LJoUeJJGkGXbQTGlyaFwSOePmahhbN4Ml-v0X4MiclSG3VQBMdLSTrv634HuehFSoyALifP_f2c/s320/Ourem_Fachada1.jpg" /></a></div><br />
Restaurante da Pousada Conde de Ourem<br />
zona histórica do Castelo<br />
Ourem<br />
<br />
Ao que parece, é timbre das Pousadas de Portugal na sua tradição de restaurantes, que se coma estupidamente caro, sem qualidade nem no serviço, nem na cozinha, nem nada que se pareça com um bom restaurante. <br />
Inclusive falha-se também na escolha das salas principais de restauração, quantas vezes ocultas e interiores, onde poderia e deveria haver uma vista soberba, - pois normalmente as Pousadas correspondem a sítios belíssimos - para q uma refeição fosse, como mandam as regras do prazer completo, um exercício agradável a todos os sentidos. <br />
Não comi em muitas, por recorrentemente verificar o q já disse. Mas mesmo assim, já almocei ou jantei em várias, pelo país fora - Alcácer do Sal, Monsanto, Srª da Oliveira, Santiago do Cacem, Qª da Ortiga, Alvito, a extinta Castelo de Bode, Marvão, - estas 2 ultimas com vistas amplas, vá lá...- Flor da Rosa, Amares,...isto q me lembre agora, mais haverão.<br />
mas contando<br />
1º chego e pergunto na Recepção onde é o Restaurante dizem-me q se calhar nem está aberto. Olho para o relógio e são 1h e 15m pm! Quem tem de saber se está aberto? Eu?! Incrível forma de se receber alguém...<br />
2º Bom...o restaurante lá dentro, está quase indetectavel e sem indicação - tem de se descer um lanço de escadas e subir uns três outros torcidos lanços até se chegar lá! Espantoso! Indescritível! Um deficiente, por exemplo, nem pensar em lá ir! Bravo! Que inteligência!<br />
3º a funcionaria abre a porta, portanto, perto da 1h e 20m!... e ainda apresenta um ar entre o estremunhado e o apanhada naquela reacção de, afinal, hoje não haver folga - só por causa dum chato de um cliente. Poucos mais viria a ter com efeito. Pq será?<br />
4º pedi a carta e o Menu é pobre de escolhas, portanto, tive cuidado... pois poderia ficar ali horas à espera, pelo q fui pelo menu obrigatório da CEE, estipulado a 28€.<br />
5º vista não havia - num alto daqueles e com paisagem tão bonita lá fora...- pequeníssimas janelas mal deixavam entrar a luz. Musica de jazz... frenético. Nada a ver com nada...<br />
6º passado um momento veio uma pasta de barrar pão irreconhecível, umas azeitonas meio passadas e um pacote de manteiga com pão.<br />
7ºa empregada aparece pouco depois e pede desculpa, mas o chefe manda dizer q a alface não esta em condições ...para eu dizer se os pasteis de bacalhau previstos como entrada, podiam ser com grelos salteados...<br />
8º se um Restaurante nem sequer tem alface fresca em condições... acho eu q o melhor é ir embora ou fechar a porta pois nem uma salada pode fazer! Por outro lado, é, no mínimo, ao chefe q compete resolver o q acompanharia os pasteis de bacalhau, claro! não a mim! ... mas enfim... fiquei E PEDI PARA Q NÃO FOSSEM GRELOS... erva acre de minha pessoal antipatia<br />
9º os pasteis foram feitos na hora e estavam bem; vieram com broculos não salteados.<br />
10º o polvo demorou, ao contrario do q me fora explicado, nunca viu forno, so se foi micro ondas, vinha fervido de aquecer, ainda a deitar agua do canal tentacular e sobre cama de espinafres e batata a lagareiro. Estava um pouco insosso e sem graça 3 meios tentáculos apenas. comeu-se...<br />
11º a sobremesa era obrigatoriamente Pudim abade de priscos ...para um menu de 30 € esperar-se-ia umas 2 ou 3 alternativas, no mínimo! Veio feito em boião virado tipo porção racionada onde se esperaria uma generosa fatia...<br />
12 Pagar no fim ...dizem-me q não podia ali - só na Recepção. Estranho! resultado: o pessoal de mesa ficou sem gorjeta... entretanto, foi-me explicado na recepção q a factura só com uma entrada na parte informática q era + complexa e demorava tempo. Sim, demorou bastante - 16 minutos a chegar!<br />
<br />
vc voltava?<br />
Faça como entender - eu não.<br />
Com agua entradas e café foram mais de 30 e tantos euros deitados a paisagem. <br />
Essa sim, valeu a pena, cá fora. <br />
Se quiser, vá à parte histórica, sim senhor, visite o castelo e tome um café numa casinha de chá com esplanada que há por ali, numa rua estreitinha. Isso sim. <br />
Qualquer boa tosta mista vale mais q a experiência pseudo gourmand de uma politica de restauração errada q as Pousadas continuam a persistir em apresentar-nos!<br />
<br />
valores? eu nem classifico isto. nao merece o trabalho.Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-83118903417715229602010-08-18T22:57:00.006+01:002010-08-18T23:20:52.168+01:00Amigos de Baco - Est Nac. 125 Chinicato , LAGOS...E um doce acaso me moveu a experimentar parar, um dia destes!... <br />
Achava graça, ao passar na estrada, a uma ardósia escolar e ao tipo de pratos criativos e sempre diversos nela anunciado. <br />
O mestre Joao Calado é um daqueles chefes empurrado pelos amigos a abrir um Restaurante. <br />
Em boa hora o fez. <br />
Nunca comi na minha vida uma massada de sapateira como a dele. Uma barriga de borrego de tomatada, um polvo de piri piri, uma cabeça de safio à Bulhão Pato, uma abrótea arripiada, um pato no forno à antiga com aquele sabor, umas ameijoas de pimenta abertas no ponto certo... enfim um nunca acabar de coisas de delicia e criatividade. <br />
Até as iscas de alho que nunca foram de meu especial carinho estavam, confesso, fabulosas.<br />
Entradas de figo com presunto cru, já experimentou? Pois...<br />
Optima selecção de vinhos, ou nao fosse o nome do Restaurante. <br />
Bom estacionamento e sala arejada e luminosa, sem luxos mas eficaz.<br />
A experimentar sempre, se passar em Lagos.<br />
<br />
Resumo<br />
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Sala/Mobiliário **; Porções***; Tempo de espera**; Confecção *****; Serviço ***; WC *** Estacionamento ***; Ambiente ***; Grau de satisfação geral ****<br />
Preço $$Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-40827676986872150022010-01-11T12:33:00.005+00:002010-01-11T12:53:18.401+00:00chez Clement - Montparnasse - Paris<blockquote></blockquote>um restaurante de charme, onde aconchego, decoração elegante e qualidade gastronomica se conjugam<br />
tempo de atendimento muito razoavel para o habitual num espaço semelhante num dia de Ano Novo e casa cheia<br />
o meu risotto do mar esteve soberbo com <i>St jacques</i> (vieiras) no ponto - quantidade minima claro, mas nao estamos no <i>Moules en folie</i>... onde a paella para dois dá para tres...- e filete de dourada era de optima confecção.<br />
Eu vestiria o pessoal de outro modo - o avental as risquinhas é demasiado largo e fica muito mal, sobretudo ao pessoal feminino que mais parece ter estado a lavar a loiça e vir ali dar uma ajuda na sala.<br />
Unica nota de mau gosto.<br />
Nas sobremesas estiveram bem tanto o diplomata como o baba au rum<br />
Preço a condizer mas mesmo assim , dependendo dos vinhos claro,... abaixo da Coupole, logo ali ao lado.<br />
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Ambiente **** Preço $$$$ Confecção **** Satisfação **** estacionamento ***Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-76565745442618273822009-11-05T16:29:00.012+00:002010-01-11T12:21:23.184+00:00Zi'Ntonio mare - Marina Grande - Sorrento - Italia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGidBwtAV2LmgQhBKQBY7l5lU4uJy9yLAXtOJ4fjaQmRB-8h67m_jz-mOWGNkoxpRVzYoOvcDlkl0fvBCezqVxn63msoqEIZYeRf26ljPfbRfzW0ZRlq3puZoYiSe-js9OJ7nTnUEqJfqO/s1600-h/sorrento+jantar.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGidBwtAV2LmgQhBKQBY7l5lU4uJy9yLAXtOJ4fjaQmRB-8h67m_jz-mOWGNkoxpRVzYoOvcDlkl0fvBCezqVxn63msoqEIZYeRf26ljPfbRfzW0ZRlq3puZoYiSe-js9OJ7nTnUEqJfqO/s320/sorrento+jantar.JPG" vr="true" /></a><br />
</div>Há sitios onde se vai uma vez na vida só porque. <br />
Se tornarei a Sorrento (<i>Sorriento</i> para o dialecto napolitano) não sei; mas fica aqui a memória gustativa o retrato palatal de tal passagem em Restaurante/esplanada de sonho, em sitio de previlégio, ao fim duma tarde de Verão, apaixonado e a dois, como se a vida não tivesse chatices nem amanhã.<br />
Toalhas adamascadas, serviço entre o granfino e o eterno trapalhão italiano, onde o factor humano acabaria por triunfar, quando descoberto foi que eramos portugueses postos ali, no fim da Costa de Amalfi, cumplices de sempre nestas coisas de saber saborear e ver o mar.<br />
O pão judaico - boccacia - lembra a proximidade mediterranica e as cumplicidades da História, enquanto um delicioso branco Fiano 2007, Cantina del Taburno cria o ambiente perfumado de sabores. <br />
A antipasta obrigatoria trazia delicias do mar à casa e o risotto de peixes S. Pietro foi de comer e chorar por mais. A fantasia do mar trazia lulas, mexilhao, camarões e polvo com salsa picada. <br />
Ao fim da refeição Torna a Sorriento melancolico, entre outros temas napolitanos troaram na noite a beira mar, trazidas pela orquestra da casa. O patrão veio à mesa conhecer-nos e fazer simpatia, tal como o chefe, coisa q por cá nem sempre lembra.<br />
Na sobremesa, compartilhamos tarte de moranguitos bebés a saber a morango e um delicioso conjunto atartado de figos, nozes e babá, dá para imaginar?...<br />
Juntem a tudo isto o Verão. O golfo de Sorrento, ali mesmo, frente à Capri, onde, no dia seguinte, iriamos fazer compras, quase encontrando o "nosso" Ronaldo, andava ele encantado com a Nereida - isto é, ainda não tinha percebido bem o que ela queria dele...<br />
Ora bem, tudo somado... vinte valores é pouco.<br />
Há noites que nunca esquecem, com efeito. <br />
Repito.<br />
Se torno a Sorrento, como na conhecida ária napolitana, não sei.<br />
Mas vontade, nunca me vai faltar...<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7dFhD_nWc2MxHnRvYV0xArF1MpYjjySxGJKV8cJ6o5PLPWsECg2WS4eYVa28nIOnjCzTwvR6ZIFnQ8ojtR-hPvJHAbB93QudIiBkQm4ZQB49fgdkELd-nIiRLxlzqY681Nx3d5xXRRZng/s1600-h/sorrento.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7dFhD_nWc2MxHnRvYV0xArF1MpYjjySxGJKV8cJ6o5PLPWsECg2WS4eYVa28nIOnjCzTwvR6ZIFnQ8ojtR-hPvJHAbB93QudIiBkQm4ZQB49fgdkELd-nIiRLxlzqY681Nx3d5xXRRZng/s320/sorrento.JPG" vr="true" /></a><br />
</div><br />
Resumo<br />
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Sala/Mobiliário ****; Porções***; Tempo de espera****; Confecção ****; Serviço ****; WC *** Estacionamento *; Ambiente *****; Grau de satisfação geral ****<br />
Preço $$$$$Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-68196069474547159112009-09-25T00:28:00.005+01:002009-09-25T01:20:06.934+01:00A Tulha - Rua Formosa - Ponte de Lima<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtp9wrySAxv1AJSkWUA1olcmJnONhgjZac1j2AI98vtwd_PLiZZ0KGsExfjb2BHbVzjPY5e5tkeuCAzaVLEYIZniXVdNLqIxvCigfnCOK0jrTrdiYawlGTMH6T4OXlIcgMEY1igsqnxhMC/s1600-h/p+de+lima+-Praca_de_Camoes.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 226px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtp9wrySAxv1AJSkWUA1olcmJnONhgjZac1j2AI98vtwd_PLiZZ0KGsExfjb2BHbVzjPY5e5tkeuCAzaVLEYIZniXVdNLqIxvCigfnCOK0jrTrdiYawlGTMH6T4OXlIcgMEY1igsqnxhMC/s320/p+de+lima+-Praca_de_Camoes.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5385192464940071202" /></a><br />É um espaço lindo, de pedras em granito aparentes e comida do norte, genuína e sem inventar. Dos melhores a fazer papas de sarrabulho, com a tripa enfarinhada e o sangue cozido, a negra de cebola, as carnes, tudo como pertence e as feijoadas a sério, daqueles em que choramos no fim por termos de acabar. <br />Em Ponte de Lima há um ambiente permanente que conduz ao prazer da mesa. O convívio dos bons amigos no Norte faz-se disso. E tem Restaurantes preciosos como o clássico e distinto Carvalheira; o popular Sonho do Capitão, ali bem perto; a Encanada - da terrível Rosinha, uma querida amiga; o Açude, de vista para o Rio Lima, que pertence ao sr prior, homem que, nas horas de intervalo da fé, é o dono cauteloso e quase diria jesuítico e minucioso, como é preciso; o escondido Manuel Padeiro, enfim, tantos outros.<br />Todos com uma decoração regional e vistas interiores ou exteriores, por vezes esplanadas agradáveis, que conferem dignidade às salas de prazer. <br />Eu devo adiantar que sou suspeito ao falar de Ponte de Lima, que é quase como uma terra adoptiva para mim, tantos e tão bons são os amigos que por lá tenho. Mas um dia com tempo , se puderem subam a rampinha e vão à Tulha. <br />Não nas Feiras Novas, carago! Aí é de dar em doido, e só com reserva de alto gabarito e elevados empenhos. Por outro lado, as carnes são sempre boas e o medalhão da casa derrete-se na boca. Acompanhei com um Quinta da Peceguina branco que esteve divinal. E houve tempo para provar uns pasteis de bacalhau de entrada que eram muito bem feitos e presunto cortado na hora, que cumpriu perfeitamente. <br />Mas de preferência, claro, vá durante o ano, sem romarias. Sente-se e deixe-se conduzir. Vai sempre gostar.<br />Um dia, nas Feiras Novas, perguntei ao chefe Rogério quando fechava a cozinha; e ele respondeu-me com aquele ar de quem já sabe bem o que é resistir até ao fim : <span style="font-style:italic;">Só quando adormecer!</span><br />É assim o povo do Norte. Festeiro até cair. Na ultima vez que lá fui 400 tocadores de concertina tocavam pelas ruas na noite de sábado maior das Festas. Inesquecível.<br />Garrafeira não muito ampla, mas de qualidade. Poucos vinhos alentejanos, a meu ver. Espaço muito bonito, com classe. Serviço sempre simpático mesmo nas enchentes.<br />Amesendação bem feita, guardanapos de pano a pedido, sobremesas caseiras. Estacionamento muito difícil, a não ser que, como eu, seja convidado do Presidente e ande num daqueles carrinhos eléctricos que passam por todo o lado...<br />Preço médio a superior dependendo da escolha dos vinhos.<br /><br />Resumo<br /><br />Sala/Mobiliário ****; Porções****; Tempo de espera**; Confecção ****; Serviço ***; WC *** Estacionamento *; Ambiente ****; Grau de satisfação geral ****<br />Preço $$$Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-77507458763984202482009-09-14T13:54:00.008+01:002009-09-25T01:22:04.365+01:00o Poiso do Besouro - Chamusca<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUDWHyOZyfYKow7OsHnSkYtztRcjDQHOu9hoUub9d_Q3ZKlmZq7_mm3ub1Z1zbzjq4jbg888xe9S7jXaLacbOq8rtjfOAGAVRRRrKvWZE_spyzWrFpyD7y408-jIKpbX_gg2CAZrSx58cd/s1600-h/DSC00033.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUDWHyOZyfYKow7OsHnSkYtztRcjDQHOu9hoUub9d_Q3ZKlmZq7_mm3ub1Z1zbzjq4jbg888xe9S7jXaLacbOq8rtjfOAGAVRRRrKvWZE_spyzWrFpyD7y408-jIKpbX_gg2CAZrSx58cd/s320/DSC00033.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5381310443273587810" /></a><br /><br /><br /><br /><br />Uma sala grande de forro e traves em madeira, à antiga.<br />Simpatica tertúlia tauromáquica e gastronómica que, desde a sua fundação há talvez uns 30 anos, mantem a culinária do velho Ribatejo da borda de água num nível de preservação de valores e sabores muito digno <br />Prouve a couve a soco, o bacalhau à chiqüelina (talvez com tomate e pimento a mais mas como eu os compreendo com tantos hectares e hectares de bom tomate e pimento, ali mesmo ao estender da mão no meio dos fabulosos e úberes campos da Chamusca...),a carne de miga temperada como se fosse para chouriço, o bife da casa, a bandarilha etc sao coisas que terá de descobrir devagar; e já agora a entrada de petingas de cebolada é de comer e chorar por mais. As petingas comem-se inteiras. <br />Espaço de decoração agradavel e comida bem executada. Amesendação e decoração típicas serviço simpático, museu vivo de <em>aficion</em> para os interessados nas coisas dos toiros. <br />Vinhos da casa satisfazem mas há sempre possibilidade de recorrer a uma carta de vinhos muito apreciavel.<br />Merece visita com tempo aproveitando um passeio na região templária. <br />Localização dentro da vila da Chamusca bem assinalada, mas não deixa de estar um pouco escondido. <br />Parque dificil.<br /><br />Apreciação<br /><br />Resumo<br /><br />Sala/Mobiliário ****; Porções****; Tempo de espera***; Confecção ****; Serviço ***; WC *** Estacionamento *; Ambiente ****; Grau de satisfação geral ****<br />Preço $$$Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-55960757173206496112009-09-02T17:02:00.008+01:002009-09-14T14:22:12.405+01:00Servir ou nao servir,... eis a questaoNem sempre acordamos bem dispostos, lindos, extravagantes e com gosto de viver. Mas é preciso ultrapassar a vida, enfrentar a crise, navegar por dentro da esperança e acreditar sempre. <br />Nem sempre um cliente tem razao, mas há que fazer de conta que sim. <br />O problema é que na maior parte das vezes o <em>waiter</em> faz-nos esperar, ao contrario do que deveria ser, até pela designação do próprio nome.<em> To wait table</em> é servir com atenção uma mesa, estando atento a todos os sinais que dela emanam. <br />Assim não aconteça e o fulano não sabe o que deve ser. <br />Ora em Portugal infelizmente, é vulgar que no Verão - precisamente quando há mais e melhor assédio de clientela supostamente ávida e provida de meios para o consumo...- há uma necessidade de empregados de mesa muito excedente à oferta qualificada. E o cavalheiro que é vagamente pedreiro, motorista, talhante, escriturário, etc, passa a fazer uns biscates, servindo em restaurantes e esplanadas, casamentos, batizados, enfim...onde conseguir.<br />Nada sabe do q é servir a uma mesa, excepto talvez que tem de levar os pratos e, do melhor jeito que puder, nao entornar as travessas para cima dos clientes. <br />Tudo o mais passa-lhe ao lado e ninguém lhe ensinou previamente. <br />Assim servem e retiram pratos pelo lado que der mais jeito, ignoram os clientes, retardam o serviço por negligência ou imbecilidade, buscam com evidentes sinais de enfado enrolar a manta quando a sua hora de saida se aproxima, desconhecem q se deve servir as senhoras da mesa em primeiro lugar, que os pratos devem vir quentes, os copos devem ser postos nos sitios certos, mostrar e dar a provar as garrafas de vinho escolhidas antes de encher os copos do pessoal, evitar excessivas intimidades, ou até, sequer, que não se deve coçar a braguilha nem falar alto, etc<br />É talvez a grande diferença que nos distingue, infelizmente pela negativa, da chamada Europa civilizada. E ai do que não se chega a dar conta disso. Porque nesse entreacto, está a ter um comportamento fossilizado e alarve na desculpa de um indesculpável e vergonhoso modo de viver nacional, perante o qual não pode haver tolerância. Porque nos afecta a todos.<br />Para servir a uma mesa é preciso saber. Há já escolas para isso. E quem sabe, por estudo ou experiência, faz a diferença. Quem não sabe nao devia sequer estar ali. Em muitos paises não estaria. <br />E a ASAE, que é tao atenta a ninharias estúpidas e imbecis, por vezes, nao enxerga uma grosseira enormidade à frente do nariz no que respeita a serviço.<br />Na hora de nos sentarmos a uma mesa merecemos tudo. Ate porque é suposto nao sairmos dali sem pagar.<br />Haja senso educação e saber.<br />Servir ou nao servir - bem - eis a questaoUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-84622214108576823172009-05-13T22:07:00.015+01:002009-09-14T14:21:53.171+01:00Restaurant Cafe de l'Opera - Paris<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFKkUddBkOyKlSkD5H25R_v5ZEiAyLMN38sPND6icrS4cuHcPdz_OyeleJ6K5-GyFOVUmXpbHkcgF6oKl4FTU7eUbplNhELgZcEQkuX9nh_czAWVgB8pYMd70mSeL5xJbup3lhJYl354r0/s1600-h/restaur+cafe+opera.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFKkUddBkOyKlSkD5H25R_v5ZEiAyLMN38sPND6icrS4cuHcPdz_OyeleJ6K5-GyFOVUmXpbHkcgF6oKl4FTU7eUbplNhELgZcEQkuX9nh_czAWVgB8pYMd70mSeL5xJbup3lhJYl354r0/s320/restaur+cafe+opera.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5335423741416948354" /></a><br /><br />Um ar de boémia e arte nas paredes ate dizer caramba. Um ambiente feérico de movimento, bom gosto e <span style="font-style:italic;">joie de vivre</span>.<br />Comida banal para mim, um misto de francesa e internacional com algumas artes marroquinas como o <span style="font-style:italic;">cous cous</span>. <br />Compete assinalar um <span style="font-style:italic;">steak tartare</span> dos mais completos que já vi; mas lamentavelmente tal embrulhamento de carne crua não faz parte da minha religião culinária. <br />Carne mal passada - sim, sempre, como pertence; mas crua e trucidada por tantos sabores, sinceramente nunca me satisfez.<br />Apresentação brilhante dos pratos. <br />Provei <span style="font-style:italic;">moules marinieres</span> e um <span style="font-style:italic;">entrecote</span> tenrissimo, acompanhado de <span style="font-style:italic;">haricots verts</span>, cogumelos e tomate cereja. <br />Mas sobretudo trata-se de um local com um serviço fascinante de verdadeiros <span style="font-style:italic;">performers</span> capazes de encenar uma disputa extravagante ou uma anedota real só para nos fazerem felizes. <br />Com empregados assim a servirem a mesa sentimos que o espectáculo esta montado e que no fundo apenas nos compete o privilegio de o usufruir.<br />Sobremesas colossais na confecção e na apresentação. <br />Carta de vinhos franceses muito abrangente.<br />Ambiente seleccionado mas popular aos almoços.<br />Preço muito acessível para a performance dos garçons.<br />Voltarei sempre.<br /><br />Resumo<br /><br />Sala/Mobiliário ****; Porções**; Tempo de espera**; Confecção ****; Apresentação dos pratos***** Serviço *****; WC *** Estacionamento *; Ambiente ****; Grau de satisfação geral ****<br />Preço $$$$Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-13027843271293100782009-05-12T17:22:00.010+01:002009-05-13T22:35:35.456+01:00os 3 piposTonda <br />Tondela<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXgdCJKjqUywyG7CIzzfUEecCr_acM1AtUQUbSm6HF5ygLkMkNyg1WLoAqflLBkhNV1NomMH6ENkrqAoePy4Q_x1CmBvz47lPOiUdRQbgZODQyGSOlamHp1NmkKd_ECkr1BlroYlMhEGXa/s1600-h/3+pip.gif"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 101px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXgdCJKjqUywyG7CIzzfUEecCr_acM1AtUQUbSm6HF5ygLkMkNyg1WLoAqflLBkhNV1NomMH6ENkrqAoePy4Q_x1CmBvz47lPOiUdRQbgZODQyGSOlamHp1NmkKd_ECkr1BlroYlMhEGXa/s320/3+pip.gif" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5335425081868230882" /></a><br /><br />Trata-se de um espaço bem aproveitado com três salas típicas e uma confecção aprimorada. <br />À beirinha de Tondela, a não falhar. <br />Provei apenas o Bacalhau com broa e o cabrito à moda da casa com batatinhas no forno mas vi na ementa toda uma plêiade de outros pratos regionais - polvo à lagareiro, arroz de carqueija com entrecosto...- que, ao passarem ao meu lado, para felizes destinos em mesas vizinhas, aparentavam e perfumavam com indícios de boa confecção.<br />Amesendação correcta, guardanapos de pano, serviço um pouco atrapalhado, se estiver com pressa. <br />Mas pressa para quê? Leve tempo, pois o local merece e as sobremesas também. <br />Confesso que pequei. Mais. Acho que terei comido nos 3 pipos o melhor pudim Abade de Priscos da minha longa vida de provações e pecados de mesa.<br />Estacionamento limitado e ambiente beirão, classe media alta. <br />Preços conforme os vinhos, claro. Mas também aí provei uns Dão tintos que não estava à espera com taninos suaves, muita fruta e temperamento quase alentejano, cheio de sol e sabor. <br />Aconselho a visita vivamente aos 3 Pipos, se andar perdido pela zona de Tondela.<br /><br />obs.- os pratos deviam vir aquecidos à mesa... vá lá...corrigir esse pormenor!<br /><br />Resumo<br /><br />Sala/Mobiliário ****; Porções***; Tempo de espera**; Confecção ****; Serviço ***; WC *** Estacionamento **; Ambiente ****; Grau de satisfação geral ****<br />Preço $$$$Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-45180546982269445032009-04-04T23:02:00.011+01:002009-05-13T00:49:43.619+01:00Restaurante o Alto PinaRua do Alto Pina , nº 1<br />Alcorochel - Torres Novas<br /><br />O Aguinaldo e a Susete são um casal adorável e simpático com paixão pela cozinha.<br />Decidiram há tempos dedicar-se à restauração. Mudaram-se recentemente para este espaço ignoto e sem direito a vir nas rotas do mundo gastronómico. É com efeito, um refúgio, sem direito a badalação, nem mordomias ou cardápio de texto especial. <br />O sortilégio mesmo é a cozinha de dedo apurado.<br />Nao procure por empregados, pois o serviço é garantido pela família e depende muito dos humores do patrão e das suas disponibilidades uma vez que se divide por multiplas e diversas actividades. Uma delas, por acaso, é concomitante com o Restaurante - a criação de perdiz de campo em mangas de voo amplas, com sabor proximo da perdiz de caça, portanto. Por isso, a sua perdiz no tacho de barro ser relativamente facil de encomendar. <br />Mas faz questão de ter sempre porco preto ou peixe fresco para grelhar. Aos domingos o cozido convoca uma dose extra de visitantes. O galo de cabidela ou fricassé, o cabrito no forno com arroz de miúdos, o simples bife da vazia mal passado, o fricassé de safio - uma originalidade... q tem de ser feita com a posta aberta do peixe, como é obvio...- tudo convoca a uma visita.<br />Doçaria variada, por vezes algumas especialidades conventuais a não perder.<br />Espaço escondido mas limpo com toalhas de papel. Vinhos do lavrador e queijos da regiao ou de Malpica do Tejo (artesanais e fabulosos)<br />Uma ar de tertúlia casual, sem hora marcada, nem pressas de viver. <br />Esplanada no Verão.<br />Experimente e nao vai deixar de ficar cliente.<br />Casas de banho amplas. Estacionamento em pátio próprio.<br />Ambiente popular e sem aparatos nem elegâncias. Muros em volta descuidados, café ao lado com matraquilhos por vezes ruidosos e paisagem exterior a melhorar urgentemente, mas simpatia, confecção caseira e afabilidade no seu melhor.<br /><br />Resumo<br /><br />Sala/Mobiliário **; Porções***; Tempo de espera***; Confecção ****; Serviço ***; WC *** Estacionamento ***; Ambiente ***; Grau de satisfação geral ****<br />Preço $$/$$$Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-57803028387689645412009-02-04T00:12:00.010+00:002009-05-13T00:50:06.254+01:00Adega da MarinaAvenida dos Descobrimentos 35<br />8600 045 Lagos<br /><br /><br />Há sítios que parecem na altura apostas arriscadas, mas que resultam. <br />Se há 15 anos me dissessem que, ocupando um espaço enorme de telha vã em plena cidade de Lagos, com todo o seu cosmopolitismo de tantas e tão variadas nacionalidades, gostos e preferências, a coisa <span style="font-style:italic;">iria pegar</span> eu, se calhar, torcia o nariz. Popular e cosmopolita ao mesmo tempo, é sempre um compromisso difícil. Mas deu!<br />Porque, se há hoje um local de referencia em termos de espaço que se constituiu com o tempo numa verdadeira catedral, uma espécie de sala de recepções oficiosa da cidade, esse é, seguramente, a Adega da Marina.<br />Não pela sua excepcional confecção - que não é má, atendendo ao espaço que constitui e ao publico alvo que pretende...- mas pela enorme alegria. <br />Aconselho os choquinhos fritos à algarvia, o frango à Guia, o bacalhau desfeito ou o naco de carne.<br />Aproveite e descontraia. Fale à vontade com os parceiros do lado em italiano, alemão, espanhol, inglês... se for poliglota tem ali o paraíso. Se amar a vida também. <br />Ir à adega da Marina é terapêutico. Os médicos e psicólogos de todo o Mundo deviam prescrever nas suas receitas.<br />O pessoal é atento e simpático e a confecção repito, agradável e não deslustra. <br />De vez em quando aparecem berbigão e mexilhão de categoria. O mar ali em frente é que manda. <br />Música ambiente e um sorriso na boca de toda a gente. Gente bonita.<br />Preço muito popular.<br />Tentador não?<br /><br />Resumo<br /><br />Sala/Mobiliário ***; Porções***; Tempo de espera***; Confecção ***; Serviço ***; WC *** Estacionamento **; Ambiente ****; Grau de satisfação geral ****<br />Preço $$Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-63130169618500025102008-11-27T17:16:00.012+00:002008-12-02T00:55:09.261+00:00Águas de Portugal<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdnjL-u-MlpU5J65KHKqjDQJ-GSivKKN1oqURgXTqT5L4HvUyS1oA4PO1TQ0hx_K0YT9TGyj9wpOWQENCWxN5DnzVr9AD_W7Fyhtgc6OvjWKT0O6y7CGeKBAF0Avm6rAGVknSaKG1nQ0Wd/s1600-h/ilhadopico.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdnjL-u-MlpU5J65KHKqjDQJ-GSivKKN1oqURgXTqT5L4HvUyS1oA4PO1TQ0hx_K0YT9TGyj9wpOWQENCWxN5DnzVr9AD_W7Fyhtgc6OvjWKT0O6y7CGeKBAF0Avm6rAGVknSaKG1nQ0Wd/s320/ilhadopico.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5273391361952358674" /></a><br />Amigos <br /><br />Uma nota critica bem diferente, desta vez. <br />Sou um apreciador de águas desde sempre. <br />Não me preocupa o registo quimico, o ph, os estarrecedores indices de restos fecais, os iões e catiões, etc... <br />Deixo isso para os biólogos, os quimicos, os analistas, enfim, os especialistas. Rejo-me para apreciar águas, apenas pelo critério maior e mais espontaneo possivel - o seu sabor! <br />Chego a França e prefiro a a menos má Volviv, à Evian ou à Vittel que são imensamente sensaboronas, quase destiladas; e as gasosas Perrier, ou s. Pellerin são para mim intragaveis. <br />Chego a Espanha e prefiro as águas galegas, como as da Gândara de Mondariz, que são frescas e vivas.<br />E por todo o mundo onde viajo, tenho sempre o cuidado de tentar comparar a qualidade das águas de mesa locais com as nossas, cuja é, no cômputo geral, devo dizer, exceptionalmente alta.<br />E portanto, neste apontamento, que dizer das águas portuguesas? <br />Pois bem; para que não digam que não as classifiquei, nem que nunca abordei a questão, aqui vai a minha classificação para algumas águas portuguesas e ... surpreendam-se!<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMFpMHVcsmL8JxuHmFTXLNlsUwG1vUF-GW9WCZuKqj6hSYlYf4XqM8879s2K2-Xc0s6j9dqGPuUErF3J8fEt04T94LV52y7gv9f_aw9XKM5S2Ub4xiW_p9oNn31YcOAnM86Swe7lM-MxXI/s1600-h/fonte+mirandela.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 258px; height: 232px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMFpMHVcsmL8JxuHmFTXLNlsUwG1vUF-GW9WCZuKqj6hSYlYf4XqM8879s2K2-Xc0s6j9dqGPuUErF3J8fEt04T94LV52y7gv9f_aw9XKM5S2Ub4xiW_p9oNn31YcOAnM86Swe7lM-MxXI/s320/fonte+mirandela.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5273394736612005810" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Marao *****<br />S. Silvestre ***<br />Vitalis *****<br />Serrana ****<br />Penha ***<br />Fastio *****<br />Carvalhelhos **<br />Vimeiro *<br />Caramulo ****<br />Areeiro*<br />Penacova ***<br />Castelo*<br />Ladeira de Envendos *****<br />Campilho ****<br />Agua das Pedras ***<br />Pisoes Moura *<br />Monchique ****<br />Alardo ****<br />Luso ****<br />Serra da Estrela ****Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-61905913499378995722008-10-17T12:59:00.011+01:002009-05-13T00:50:23.623+01:00Caldeiradas - Teoria e show de Tv . As diferenças dum Pessoa.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgotTaQ_gHBCmga9WsdMCK3Ky4m2Bfs1CpntvFof_yxDQUdTZABs3YfJN0hlu-guYiqZZZiwPAwW-muNuV-ULRA-9vgZ9s7yRSd5G89555Zs3vb5-eSnu69JAz-d-PHcYW-9pJL73m25b7O/s1600-h/433236.gif"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgotTaQ_gHBCmga9WsdMCK3Ky4m2Bfs1CpntvFof_yxDQUdTZABs3YfJN0hlu-guYiqZZZiwPAwW-muNuV-ULRA-9vgZ9s7yRSd5G89555Zs3vb5-eSnu69JAz-d-PHcYW-9pJL73m25b7O/s320/433236.gif" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5258099924208562434" /></a><br /><strong>A caldeirada do chefe Sá-Pessoa</strong><br /><br />Conheço o chefe Sá Pessoa desde criança, por amizade com a família que integra outros parâmetros que aqui não vêm para o caso. Ou vêm. É que a família de Sá Pessoa é uma família peculiar de artistas e de gente de bem que muito admiro. Músicos, bailarinos, fotógrafos de arte, nada falta no leque da sensibilidade e busca da perfeição na história dos Sá-Pessoa. E com um conhecido chefe da nova vaga de grande mérito, para compor a enorme abrangência das artes na familia.<br /><br />Por isso mesmo segui com muita atenção – e sigo sempre que salto em zapping e deparo no ar com o programa – a confecção do chefe Sá-Pessoa, com quem tenho aprendido alguns truques e receitas mas desta vez discordo a propósito de uma <em>caldeirada</em>. <br /><br />Supostamente à portuguesa. Eventualmente à francesa. Não sei.<br />Ou nem uma coisa nem outra pois o conceito de <em>bouille à baise</em> é um conceito totalmente diferente do que vi. Os ingredientes estão todos no tacho, dispostos de forma mais ou menos semelhante às camadas que foram ensinadas pelo jovem chef. E é nessa agradável marinada que os sabores do peixe, do pimentão, da cebola, do vinho branco, do tomate etc, se estão já a começar a fundir. Ao decidir aceitar a encomenda ou encetar a confecção leva-se então ao lume <em>tudo junto</em>. E ferve <em>baixinho</em> como indica o nome <em>bouilleabaise</em>, - base de uma receita mediterrânica geral em que devemos integrar a nossa caldeirada - demorando, pelo menos, 40 minutos. Isto é, dez/quinze minutos até ferver, e depois mais trinta, muito baixinho, no mínimo, até apurar e fundir sabores devidamente.<br /><br />Aquela jogada de separar a confecção e usar o caldo apurado à parte como distribuidor principal do gosto da caldeirada, não me convenceu. A caldeirada é isso mesmo – uma caldeirada. Uma festa. <br />A coisa começa no ”cabaz” a que todo o pescador da traineira tem direito, onde ele leva para casa o peixe que na lota não encasalou em nenhum lote maior. <br /><br />Eu explico. <br /><br />O navio de pesca trouxe à lota uma caixa de tamboril, outra de peixe-espada, outra de pargo, etc. Sobraram para ali um rascaço, um cantaril (de seu nome completo, mais verdadeiramente, alcantarilho), duas lulas, um cação, um safio, uma raia; enfim peixe desirmanado que não se constituiu como lote vendável. O pescador pode então combinar com o Mestre e levar essas sobras para casa. E é precisamente desse conceito de “aproveitamento” que surge a caldeirada à portuguesa genuína. A chamada <em>caldeirada à fragateira</em>. Rica e variada e onde jamais, em tempo algum, se poriam salmonetes, peixe nascido para grelhar. <br /><br />Além disto põe-se aqui uma questão de fígados – o do salmonete e o do fígado de tamboril. <br /><br />Ver cortar o salmonete em filetes é uma ideia peregrina, talvez proveniente da Austrália onde o Chefe Pessoa estagiou, mas sinceramente muito estranha para o aproveitamento português do saporíssimo peixe. Nascido para grelhar, como disse, o fígado e a escama (talvez o único peixe em que a escama pertence ir ao prato, sabiam?...) fazem parte do sabor do salmonete.<br /><br />O outro fígado é <em>o que não vi </em>na caldeirada do Chef Pessoa. O de tamboril, ex-líbris da caldeirada à fragateira. O qual, em pequenas porções, deve perlar de sabor o colectivo. Tal como o pimento, que não senti, ou por falha minha, ou porque não tinha de facto grande intervenção na versão apresentada, nem as doses maciças de cebola que devem embrulhar a caldeirada no seu conjunto. O louro português, o alho, o azeite português, a flor de sal, (de preferência a caldeirada deve cozinhar-se em parte com água do mar…), um pouco de piri piri a gosto, a salsa ou o coentro picado bem no fim por cima …o pão frito a acompanhar… Mas sobretudo <em>o ferver baixinho por longo tempo</em>, que não foi a estratégia de confecção do Chefe Pessoa. <br /><br />A teoria do <em>stock</em> é de origem anglo-americana. Ao armazenar um pouco de restos de carne ou peixe , com facilidade se compõe um caldo de tempero que se substitui, pela intensidade de sabor, ao lento apurar da cozinha portuguesa na panela ora de barro, ora de ferro. <br /><br />Daí o sabor das nossas sopas lentas e da nossa comida de tacho…<br /><br />Há que dizer isto em defesa do nosso próprio património e do orgulho com que essa <em>slow food</em> nos foi trazida ate hoje pelos nossos avós. A caldeirada à portuguesa é um património nacional. Não dá para mistificar, desconstruir, aldrabar, nem reduzir no leque de peixes. <br /><br /><strong>Caldeirada à portuguesa</strong> tem de ter raia, amêijoa, cação, safio, (de preferência de posta aberta, pois a posta fechada, como se sabe, tem demasiada espinha), tamboril. E depois é todo um mundo - e pode ter até sardinha, lula, ruivo, bodião, redfish, pargo mulato, pamplo, pataroxa, umas tiras de choco, umas postas de robalo e dourada, se houver; enfim, o resto de aproveitamentos. História já sabida da nossa riqueza de pobres e criativos. Mas dando margem de gosto muito variada a quem quiser e, assim, podendo sempre por de parte o que se gostar menos. <br /><br />Mas nunca nenhuma vi que aponte para o salmonete, muito menos em assépticos filetes.<br /><br />Curiosamente, a caldeirada tem leituras várias e confecções específicas das zonas onde se confecciona, e na Moita por exemplo, terá mesmo de incluir peixes do Tejo – dos quais a enguia e o choco são obrigatórios – e não leva água. Tudo é cozido nos próprios sucos dos peixes e legumes, que devem ser, tanto quanto possível, da época. Neste caso a enguia como coze mais depressa deve ser acrescentada a meio da fervura enquanto o choco deve estar desde o início - e bem fundo no tacho - para cozer bem.<br /><br /> Além disso, o gosto final da caldeirada típica à portuguesa é fruto do tempo de espera e maceração no tacho. Está já escolhida e pronta com o peixe esperando e deitando gosto ao conjunto. Depois é cobrir com os mínimos de água e, mais para o fim, vinho branco, para quem quiser apurar com esse perfume (há quem ponha cerveja…). Ou até scotch, o que, obviamente, é uma enormidade digna de prisão.<br /><br />Mas como dizia, o gosto final é fruto desse tempo de conjugação de sabores. Por isso ela deve estar já preparada no tacho e <em>ir no tacho ao lume… e à mesa</em>! O gosto vem portanto da redução natural com engrossamento do caldo, feita pelo tempo de fervura, nunca por sínteses adicionadas de stock de peixe intensivo. Ou pior ainda - como já vi - adicionar caldos <em>knorr/maggi</em> ou molhos enlatados.<br /><br />Sabores portugueses têm de ser abordados com muito cuidado e saber, por favor, caro amigo e querido amigo e chefe Sá-Pessoa. Consulte a história culinária deste antigo país de mil anos de sabores. Senão… arrisca-se a andar ao lado do que devia ser.<br /><br />E por mim pode lavar a louça toda amanhã que eu não me importo!<br /><br />Um grande e familiar abraço.<br /><br />Pedro BarrosoUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-83552649404109971972008-08-27T11:47:00.007+01:002009-05-13T00:50:38.506+01:00Café Correia - Vila do Bispo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp4wkC8jk9-aZGmMlexpVXME45Gx0VgEORTto8ujkAAWiB3Gtl9OV_J8vrx-M7fELyS1XT5kap4qivt_2q7obVpOS2SLRmuRj7GkcuQVqZbfkcQV289SfM5zBMaMAhUYRewfxacmN-U_0T/s1600-h/DSC00251.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp4wkC8jk9-aZGmMlexpVXME45Gx0VgEORTto8ujkAAWiB3Gtl9OV_J8vrx-M7fELyS1XT5kap4qivt_2q7obVpOS2SLRmuRj7GkcuQVqZbfkcQV289SfM5zBMaMAhUYRewfxacmN-U_0T/s320/DSC00251.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5239235943425631874" /></a><br /><br />Não esta foto, podem crer, não tem nada que ver com o Correia. <br />É apenas apenas uma foto de um exercicio pessoal no Natal de 2007. <br />Razão? <br />Recuso-me publicar aqui - além da ode abaixo - o que quer que seja sobre tal local....<br /><br /><br /><br /><strong>Ode ao Correia</strong><br /><br />Há sítios onde um viajante <br />Por mais fama do lugar<br />Por mais faminto que esteja<br />Nunca deve penetrar<br />Nem sequer vir a tentar<br />Trincar o que quer que seja<br /><br />O Correia é um daqueles<br />Que tem aura de famoso<br />facto que eu, sinceramente, <br />acho muito duvidoso!<br />por isso dou-lhe um conselho:<br />Evite o maldito tacho,<br />Palavrinha de Barroso!<br /><br />Você entra e ninguém<br />Parece vê-lo ou notá-lo <br />No primeiro quarto de hora.<br />Como se fosse invisível. <br />Nem menu, nem simpatia.<br />Impressionante demora!<br /><br />Queria esplanada? … Não há!<br />Sentar-se ao pé da janela?<br />Nem mesa pode escolher!<br />Vá para o raio que o parta!<br />Ou talvez para o Castelejo…<br />Ali é como ele disser!<br /><br />Depois de muito implorar <br />e ser bastante humilhado,<br />o Correia lá lhe traz <br />o menu tão desejado...<br />E peça, mas vai ouvir:<br />- <em>Mas isso que você quer<br />tem que ser confeccionado…</em><br /><br />Quer ele dizer com isto<br />que escusa de estar com pressa.<br />- <em>Só vai ao lume na altura!...<br />Tem o apuro… a fervura…!</em><br />(que é como quem diz: uma hora<br />até chegar a travessa!)<br /><br />E o pobre do cliente <br />já verde, desesperado,<br />aguado, cego de fome<br />espera o tempo que ele quiser<br />e come do que ele mandar.<br />(Para cúmulo, desculpem:<br />o coelho vinha insonso <br />e as batatas a nadar!...)<br /><br />Como pode tanta fama <br />dar em tão pouco proveito?<br />Assim se faz um bom nome <br />que na pratica vivida<br />não faz jus, nem tem preceito!<br />Tanta imprensa, tão falado…<br />e afinal tão sem jeito!<br /><br />Na velha Vila do Bispo<br />Procure o Álvaro, ou outro;<br />Vá ao Solar do Percebe,<br />ao Careca, ao Mexilhão!...<br />ao professor, Papo Cheio, <br />até à Eira de Mel...<br /><br />Todos são melhor partido <br />que o Correia convencido <br />antipático e vulgar<br />mal disposto, grosseirão!<br /><br />Chiça! … Que nunca mais,<br />Nunca mais hei-de voltar!<br /><br />Isso vos digo – ali, NÃO!Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-44222090536263357232008-07-02T12:10:00.006+01:002009-05-13T00:50:56.066+01:00O GalitoRua da Fonte 18 D<br />Carnide<br />Lisboa<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDu-ndZ0zNWPDBzhBDW6UHrD2F-PFMSiNqnuk919FxQpJaMZpkYB4KEYN93rNM5gfYFicS0zwN4d4VMCDjS9HMy1avP4RUmUXruXyeSBHFhMhWafTSXrcb_cglxmVXwuzn9Y8KcA4DyFjV/s1600-h/rest+galito.JPG"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDu-ndZ0zNWPDBzhBDW6UHrD2F-PFMSiNqnuk919FxQpJaMZpkYB4KEYN93rNM5gfYFicS0zwN4d4VMCDjS9HMy1avP4RUmUXruXyeSBHFhMhWafTSXrcb_cglxmVXwuzn9Y8KcA4DyFjV/s320/rest+galito.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5218375937841871362" /></a><br /><br />Descobrir um novo espaço de restauração onde não nos enganam na qualidade é sempre agradável. <br />Infelizmente a restauração - que passa ela própria por problemas com o custo dos transportes, o custo acrescido das matérias base e a perda de poder de compra motivada pela crise geral que se vive…- tem tendência, por vezes, para resolver as questões de forma errada. <br />Ou minguando as doses e tornando o serviço famélico; ou diminuindo o número de funcionários de atendimento e tornando o serviço lento e trapalhão; ou pondo preços exorbitantes e tornando a procura difícil; ou comprando matérias-primas de qualidade inferior e baixando o nível culinário. Enfim, em nenhum destes casos se pode falar de inteligência, compensação e equilíbrio. E provavelmente são casos em que o desespero, a breve prazo, dará lugar à falência ou à retirada.<br />Há um compromisso de qualidade e seriedade que, por vezes, demora tempo a ser percebido pelo comerciante de hotelaria, mas que passa pelo acto axiomático de nunca enganar o cliente. Isto é, todas as manobras contabilísticas são possíveis, os actos de compra de onde e como forem, a inventiva e a criatividade aproveitadora mais ou menos apurada, mas o que surge no prato tem de estar bem.<br />É o que se passa no Galito, perto da Igreja da Luz. O convívio é são e franco, talvez até um pouco barulhento, mas sempre num nível de ambiente bem alegre e de nível civilizado. Há uma atmosfera de “bistro”, num espaço aconchegado, convivencial. A decoração é simpática, a carta apelativa, com boa escolha de vinhos, sobretudo alentejanos (provámos um <em>Crescendo</em>, que era o vinho da semana, que não conhecíamos e não esteve mal) e a confecção de muito boa nota.<br />A especialidade da casa é a cozinha alentejana com os pezinhos, as açordas, a miga, o arroz de coentros (divinal), o galo e o cação frito, a sopa de beldroegas com queijo, o gaspacho, uma curiosa sopa de favas com pastéis de bacalhau e, por fim, as sobremesas conventuais, onde não falta o pão de rala e outras gulodices adequadas e rebentativas. <br />Amesendação com toalhas e guardanapos de pano, empregados de jaleca negra, serviço de cozinha talvez demasiado lento, serviço de sala atento, mas já se sabe, uma sala cheia nunca permite infelizmente aquela simpatia suplementar que desejamos sempre receber e que faz a diferença. Provamos em conjunto além das agradáveis entradas o galo frito e a miga que estavam bem confeccionados e o arroz de coentros que estava excepcional. Esperamos demasiado devido ao afluxo de uma sala completamente lotada. As porções são regulares. Uma nota - os pratos mereciam vir aquecidos.<br />O Galito é um local <em>in</em> e, mesmo à noite, a marcação de mesa impõe-se. Nem sempre, como já aqui tantas vezes referi, isso significa o que quer que seja, pois estar na moda pode não significar merecimento, mas neste caso a comida tem boa qualidade, o local, apesar de um pouco acanhado, é mesmo simpático e a potencialidade de convívio uma agradável evidência.<br />Preço um pouco acima da média, mas sobretudo variável conforme a escolha de vinhos. <br /><br />Resumo<br /><br />Sala/Mobiliário ****; Porções***; Tempo de espera*; Confecção ****; Serviço ***; WC *** Estacionamento **; Paisagem/Ambiente ***; Grau de satisfação geral ****<br />Preço $$$$Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-58955556472270730072008-06-19T11:32:00.014+01:002009-05-13T00:51:28.812+01:00SIMPS - RestauranteParque Manuel P Coentro <br />Porto Salvo<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg860HHR4r40aXPQQBA2bEsT6t1buqLQew0VZ281S7FfE4mSe1EqKrAZudKr7uzolqZyBaRiciwcVn-LFKEOrldHaNVg4JHs1Ies4X7Zq680iNg7ZnFAkco-m4STYS6MJpp5Ngcx8SzrC1-/s1600-h/DSC00387.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg860HHR4r40aXPQQBA2bEsT6t1buqLQew0VZ281S7FfE4mSe1EqKrAZudKr7uzolqZyBaRiciwcVn-LFKEOrldHaNVg4JHs1Ies4X7Zq680iNg7ZnFAkco-m4STYS6MJpp5Ngcx8SzrC1-/s320/DSC00387.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5213629354953369122" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Dito assim até parece nome de código. Salvo erro quererá dizer Sociedade de Instrução Musical de Porto Salvo, mas não ponho as mãos no lume pela fidelidade com que interpreto a sigla. Quero lá saber. Porque se um dia destes se perderem pela velha zona de Porto Salvo, experimentem este local de excelência na comida verdadeiramente portuguesa. Isso sim, é importante.<br />Escondido atrás do coreto no Parque Manuel Coentro - nome premonitório de que algo de culinário ali haveria de acontecer...- vive pacatamente, quase oculta, uma das capelinhas de que tanto gosto de comida portuguesa genuina. Com criatividade, honestidade e imaginação. Grelhados de carne e peixe sempre, mas confecção de tacho com um gosto vernáculo e tradicional de grande e sabedora autenticidade. <br />Em tempos de outra curtimenta pessoal, uma vez, alguém me disse que a comida tinha de ser feita <em>com amor</em>. E muitas vezes,- oh, quantas vezes!... - a cozinha dá-nos precisamente essa dimensão. Pois é. Tudo está certo, tudo está perfeito, mas nota-se a ausência de gosto, o perfume indisfarçável dos sabores; isto é, o amor e a paixão com que o acto culinário foi praticado não está reflectido na confecção. Porque não existiu. E o certo fica incerto; o perfeito afinal, vira imperfeito.<br />Não é o caso aqui. Há um gosto visível em cozinhar que se estende ao prazer de ver o cliente satisfeito.<br />Estávamos com o tempo limitado. Os pratos do dia eram bochechas de porco preto com legumes e pés de leitão de coentrada, que provámos; e ainda costeletas de sardinha, que já tinham esgotado do almoço. <br />As costeletas de sardinha são um prato quase desconhecido de culinária portuguesa que revelam, só por si, um saber e um trabalho de preparação só possível com dedicação. A tendência é para as fritar, fazer em escabeche, incluir na caldeirada, ou simplesmente grelhar. Mas quem experimentar, percebe porque vale a pena. Atenção que o pitéu tem vários nomes conforme o restaurante, o <em>chef</em> e a região, sendo também conhecido como sardinhas albardadas, filetes fritos de sardinha, etc. por aí fora.<br />Ambas as provas estavam a satisfazer, mas permito-me salientar os pèzinhos com batata cozida nova e um molho de bradar aos céus no apuro, na seda caldosa, no vinagre, nas ervas, enfim, em tudo o que distingue a tal comida feita com saber e com amor.<br />Sobremesas de sericaia e requeijão com doce de abóbora caseiro, ambas bem fornecidas e ajustadas.<br />Ao que parece há às sextas feiras uma sopa rica de peixe que é de experimentar como prato/refeição mais que suficiente. Hei-de provar. <br />Amplo estacionamento, serviço agradável. <br />Perdoa-se o sítio meio desajustado para funcionar como restaurante, debaixo da colectividade que lhe dá o nome e o barulho de pulos que, por vezes, vem do primeiro andar, onde se tenta talvez repor com corridas e ginástica a elegância que se perde no rés do chão...<br />Transição entre a tasca portuguesa e o restaurante de sabor regional não classificado, o palco é montado em toalhas e guardanapos de papel e as alfaias, iluminação, a sala e o ambiente não têm luxos. Gente simples, sem mesuras, com afabilidade natural. O luxo está na comida. <br />Mas por favor não digam a muita gente. <br />Estes sítios têm de manter-se assim mesmo. <br />Com amor pelo que se faz e pelo que se serve.<br /><br />Resumo<br /><br />Sala/Mobiliário **; Porções****; Tempo de espera****; Confecção ****; Serviço ***; WC ** Estacionamento -*****; Paisagem/Ambiente **; Grau de satisfação geral ****<br />Preço $$Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-88688806622964406402008-06-01T00:51:00.012+01:002009-05-13T00:51:14.201+01:00Restaurante Sº António<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmAfxyLpLVLwxs41f1pGmWKT56MxeMhznY3xiK9juodtS2JmtcSYzcWaqC1ZZvZ-RrayxNrWT2-sazkUsXZRZ9ViL09SU3Qlzq89ksA1x5ciGR5OeMRAVEIIS198bAU31cGhvpeuRp6C6d/s1600-h/48961%5B1%5D.jpg"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmAfxyLpLVLwxs41f1pGmWKT56MxeMhznY3xiK9juodtS2JmtcSYzcWaqC1ZZvZ-RrayxNrWT2-sazkUsXZRZ9ViL09SU3Qlzq89ksA1x5ciGR5OeMRAVEIIS198bAU31cGhvpeuRp6C6d/s320/48961%5B1%5D.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5207677218980051618" /></a><br /><br />Beco de S. Miguel, nº 7<br />Lisboa<br /><br />A velha e saborosa Alfama nunca deixou de ser um emblema único na Lisboa antiga. Um espaço histórico de enorme beleza. As suas ruas, vielas e becos são um traço eterno de uma certa e típica <em>kashbah</em> alfacinha. Nos santos populares a coisa refina, enchendo-se de luz e de cor. Mas basta ver este velho povo simples, que ainda estende a sua roupa na janela ou na porta, e chama o vizinho do lado se precisar de ajuda, e vem para rua cantar o fado em esplanadas improvisadas para sentir que este bairro será eternamente uma alma maior de Lisboa. Respira-se um cheiro marítimo e navegante, como se os navios não parassem de aportar e zarpar e o petisco pairasse no ar, em tasquinhas de vinho a copo, fado vadio e fama perdida.<br />Há contudo, hoje, uma outra Alfama, nobre e tipica, aproveitada dos imóveis restaurados que começam a surgir aqui e ali, por sua vez fruto de uma renovada visão empresarial, tanto no investimento imobiliário, como numa nova restauração de qualidade.<br />Nesse quadro, terá sido o que pensaram duas figuras conhecidas da Tv, ambos actores, avançando para um Restaurante de bom nivel no Beco de S. Miguel. Nada menos que um prédio completo, de três pisos, com uma sala por piso e ainda esplanada na entrada, à sombra de uma latada exuberante .<br />O acolhimento é simpático, feito por pessoal jovem e esforçado, que nos põe uma toalha de papel reciclado na mesa e um aperitivo de casca de batata nova frita com maionese, preparo que está a revelar-se habitual e é, sem dúvida, um achado recente, mas de efeito certo. As azeitonas preparadas e azeitadas com ervas estavam bem e, ao que parece, ajudam a manter os comensais entretidos durante a longa espera. Mas ali não se deve ir com pressas, o local merece disfrute e a culinária também.<br />Foram pedidas três entradas - salada de endívias, morcela com doce de maçã e pedaços de brie frito com compota. Todas cumpriram, com destaque para a morcela e o brie, que estiveram muito bem. De lamentar que não viessem todas ao mesmo tempo, denotando um desfasamento de serviço. A acompanhar optámos por um tinto de Pias que evoluiu muito quando foi solicitado o jarro de decantação que não viera <em>ab initio</em>. <br />Na sequência foram encomendados três pratos - Coxa de pato no forno, Bife com molho de mostarda e Magret de pato. Todos os pratos demoraram uma eternidade a chegar mas, sendo noite de sexta feira, ninguém esteve para se incomodar muito com isso. O projecto de noite pode ser <em>precisamente ficar por ali</em>. O ambiente é entre o jovem e o "intelectual/branché", sempre seleccionado; além dos turistas normais, trazidos por indicação casual ou eventual referência em roteiros. <br />As salas, com efeito, são bem decoradas, com base num espantoso espólio de centenas de fotos de gente ligada as artes, em especial ao cinema. Como se diz em neo calão pós-moderno - <em>está-se bem</em>, apesar dos bancos sem costas em algumas mesas. O sitio é <em>in, fashion</em> e contudo, ao contrário doutros que também estão na moda, por vezes injustificadamente, o espaço é de facto agradável e muito simpático.<br />O bife esteve tenro, com molho equilibrado, como pertence. As coxas eram imensas e bem apaladadas, embora um pouco rijas. O <em>magret</em> estava muito bom, e embora o <em>chef </em> tivesse optado por um ponto relativamente passado, de optima confecção. <br />Deram-nos dois molhos possiveis para acompanhamento, um com uma base em sumo de laranja e o outro com o que me pareceu uma redução de molho de soja, caldo do proprio palmípede e talvez Porto. O acompanhamento pouco variou em ambos - couve flor, bróculos, batata estufada na prata com maionese, três pedaços de feijão verde, três pedaços de cenoura e uma fatia de gourgette. Equilibrado.<br />À sobremesa foi provado um <em>cheese cake</em> que estava bem confeccionado.<br />Estacionamento impossivel e, já agora, aviso à navegação - é preciso subir um bom pedaço pois trata-se de zona pedonal absoluta, sem passagem de carros. <br />Na noite lisboeta, é uma surpresa de boa imagem e razoável compromisso qualidade/preço, embora não deva esperar favores na conta final, sobretudo se entrar em vinhos velhos,claro. Aí, passa a <em>caro</em> num instante.<br />Agora, uma observação muito minha. Eu, pessoalmente, fico chocado ao ver - num local tão vernáculo, tão típico e tão português - um menu carregado de <em>pastas, fetuccinis, carpaccios, magrets</em> e outras especialidades estrangeiras. Os proprietários lá saberão. Mas choca-me. Paciência. Tinha de dizer. <br />À parte isso, vejo os únicos contras na excessiva lentidão no serviço do <em>chef</em> (equatoriano, imagine-se!...) talvez por ser sexta-feira, mas, sobretudo, coisa que não perdoo, nota negativa demais para dois vasos monumentais em plástico translúcido e iluminado, postos à porta por mão alucinada, kitsh ou simplesmente maldosa. Tirem aquilo dali, urgentemente, em nome do bom gosto que impera pela casa dentro, por favor!<br />Noite muito agradável, se não olharmos para tais estranhíssimas, abstrusas e despropositadas iluminárias...<br />Ideal para levar a namorada (ou o namorado...) comer bem e fazer boa figura.<br /><br />Resumo<br /><br />Sala/Mobiliário ****; Porções***; Tempo de espera*; Confecção ****; Serviço ***; WC *** Estacionamento - o; Paisagem/Ambiente ****; Grau de satisfação geral ****<br />Preço $$$Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-4809687924050246102008-05-24T23:20:00.016+01:002009-05-13T00:53:48.206+01:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJN-XahyDcMJAFLLS6Ij-6vzAvFMrCrVY1FeDrUJCFiVUxRQDwodneN5TR8yl1GwboWz7rLq-o6e3R4zlHv12YXlZvFMK7vBXR5yx5kI73ZTOXwgX_vRHZL68WxAE_DfbBER_dND60NVyR/s1600-h/DSC00375.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJN-XahyDcMJAFLLS6Ij-6vzAvFMrCrVY1FeDrUJCFiVUxRQDwodneN5TR8yl1GwboWz7rLq-o6e3R4zlHv12YXlZvFMK7vBXR5yx5kI73ZTOXwgX_vRHZL68WxAE_DfbBER_dND60NVyR/s320/DSC00375.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5204087768335564002" /></a><br /><br /><strong>Adega Nova</strong><br />R. Francisco Barreto, 24<br />Faro<br /><br /><br />A entrada quase evoca - em ambiente popular, claro - as cores e formas do Majestic do Porto, talvez até a monumental Livraria Lello, com o seu colorido de rés de chão e a escadaria central para um primeiro andar com grades em ferro forjado. <br />As prateleiras e paredes estão cobertas de objectos de colecção, num ambiente povoado de bom gosto, com decoração calorosa e uma alegria imensa de tertúlia algarvia, quase <em>bodegon</em>, quase cervejaria de tipo <em>bierhaus</em>, em elaborado e bem adaptado ao nosso gosto. <br />Mesas com bancos, ambiente de adega, sim, mas em sofisticado e superior. Junto da Estação ferroviária de Faro não perca, de facto, esta Adega Nova. Um velho e renovado espaço, onde vai comer e encantar-se com o ambiente. <br />Esqueça o Algarve turístico, onde lhe atiram com o prato e o servem enjoadamente, se virem que é português. Esqueça o roteiro inglês de omoletes e <em>fried chicken</em>, hamburguers e saladas. Esqueça os famélicos restaurantes com vista para o mar e um prato vazio, onde a única coisa com surpreendente grandeza é, no fim de tudo, a conta.<br />Aqui temos comida de tacho e grelha a portuguesa, cozinhados de peixe bem algarvios –aqueles carapaus limados são uma arte milenar excelentemente reproduzida na confecção da casa. Também o choco fatiado, as espetadas, o arroz de cabidela pareceram-me bem nos pratos de comensais que os encomendaram a meu lado. <br />Pessoalmente, provei os joaquinzinhos, que estavam no ponto; os carapaus limados, divinais, que já referi; e as favas, com excelente fritura das carnes e enchidos de óptimo sabor, especialmente uma negra de chorar por mais. Curiosa a confecção fritante em vez do habitual embrulhar recozido no molho das favas. Resulta.<br />A garrafeira é infinita e perlada de tudo o que imaginar. Provei um Herdade das Servas demasiado adstringente para o meu gosto, de maior preferencia por uma certa brandura calma de fim de boca, e troquei por um Herdade de Coteis, marca que desconhecia, mas que cumpriu perfeitamente. <br />Em boa verdade, sei que <em>se usa</em>, de momento, um certo teor elevado nos taninos, e uma elevada acidez no terminar de boca; mas nunca hei-de conseguir adaptar o gosto que tenho por vinhos tintos encorpados, gordos e de profundo sabor a uva, a frutos maduros, envolventes e doces. As minhas desculpas aos novos enólogos… sabem-me a qualquer coisa entre a casca de diospiro, o marmelo verde e o sabor da própria cortiça. Lamento, nada a fazer. <br />À sobremesa provei a <em>charlote</em> de chocolate mas, preferindo os doces da região, com destaques para o figo e o morgado da Serra do Caldeirão, optei por este, que estava perfeito, ao nível do melhor pão de rala que possa imaginar-se. Um morgado a sério, letal como bomba calórica, mas saboroso até cair de prazer.<br />No coração de Faro – cidade que herda seu nome do velho rei árabe Faruk…- o encanto de um viver português, ainda é possível. Ainda é possivel ir comendo com gosto e alegria os nossos velhos sabores a um preço verdadeiramente popular. <br />Como se consegue? Com uma gestão que se adivinha atenta, inteligente e assomada ao futuro, entendendo o mercado e nunca enganando o cliente, muito próxima da optimização.<br />O gosto com que se decorou a casa, a alegria de movida, bem ao nível da vizinha Andaluzia, a apresentação e confecção, a luminosidade humana do espaço merecem nota alta. A simpatia do pessoal e os preços também.<br />Lisboeta, tripeiro ou seja de onde for, uma vez que o Verão vem aí e eventualmente, andará tentado a dar uma espreitada ao Sul, tente esta Adega Nova, bem no coração de Faro, sinta uma agradável surpresa, e voltará sempre.<br /><br />Resumo<br /><br />Sala/Mobiliário ****; Porções***; Tempo de espera****; Confecção ****; Serviço ***; WC ****; Estacionamento **; Paisagem/Ambiente ****; Grau de satisfação geral ****<br />Preço $$Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-39765901939922802692008-05-19T16:08:00.007+01:002009-05-13T00:52:50.893+01:00Restaurante Lawrence’s<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnz24tVFFil_HavKRBfLk_1CXDy2OBUTHkHINHiU7TzNdWm2pR_QTvigwU15IlxKxMs0JbfdpjVFrJYO1h7ysfgrs1Tx1By_4_c0hBRZBYqI137WAyzWT925WgOTP-os1dN0MdNv8Ye7iT/s1600-h/restaurante+Lawrence%27s.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnz24tVFFil_HavKRBfLk_1CXDy2OBUTHkHINHiU7TzNdWm2pR_QTvigwU15IlxKxMs0JbfdpjVFrJYO1h7ysfgrs1Tx1By_4_c0hBRZBYqI137WAyzWT925WgOTP-os1dN0MdNv8Ye7iT/s320/restaurante+Lawrence%27s.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5202108435077763298" /></a><br />Zona Velha<br />Sintra<br /><br /> <br />Datado de 1764, o Lawrence Hotel é considerado um dos mais antigos hóteis no Mundo. Situado no coração do centro histórico de Sintra, reclama ter obtido a preferência de Lord Byron em 1809. Os clientes poderão pernoitar nesse mesmo quarto onde foi redigido o poema "A peregrinação de Childe Harold". Actualmente, o Hotel promove-se como sendo um "restaurante com quartos", devido à alta qualidade do seu Restaurante à la carte.<br />Hotel e Restaurante ambos de charme. Entramos e parece que o romance começou. <br />Aliás, já cá fora a integração do Lawrence’s no enquadramento da velha Sintra é um halo de convite e de mistério. Ocorre-nos, de repente, que o Eça esteja por ali a jantar apesar da sua magrérrima figura e talvez o Ramalho tenha marcado encontro. O Lord Byron virá mais tarde tomar um chocolate e um chá à nossa mesa e o mundo será mais perfeito e justificado. <br />A história confirmou-se, pois, por curiosidade, o imortal inglês amante de Sintra - ou da velha Cintra, mais precisamente - olhava-me atento, quando me sentei no meu lugar, em gravura de época. Eu bem dizia. Eu previra. O homem continua por ali.<br />O Lawrence’s é um desses sítios que não precisa de publicitar-se, pois a sua qualidade vem de longe e funde-se na História. <br />A amesendação é impecável, com toalhas amplas pendentes, numa sala bonita, copos de cristal gravado, louça Vista Alegre também gravada, talheres Arquinox,guardanapos amplos de pano, num ambiente muito <em>british</em> e bastante exclusivo. Os pratos chegam cobertos à mesa e talvez os talheres merecessem ser de prata ou casquinha, mas suponho que também já seja proibido…<br />Reparei que éramos a única mesa de autóctones lusitanos. Um pormenor esclarecedor.<br />Como entradas, vieram ovos embrulhados em farinheira, salada de polvo, pasteis de bacalhau e e folhados de bacon. Os pães vêm a escolher de vários formatos e confecções, acompanhados de alperces secos. A folha de escolha, além das entradas típicas (<em>foie gras</em> variados,etc) e pastas de gosto internacional, é um Menu com pouco mais que uma dúzia de pratos. Pessoalmente gosto de Cartas mais pesadas, com mais dignidade, mas sem dúvida que o articulado era explicativo e a folha não deixava de ser elegante.<br />Foram escolhidos um Magret de pato com molho de framboesas e aromas do campo e um Salmão braseado com risoto de mexilhão e açafrão. A acompanhar uma garrafa de Tapada de Coelheiros Chardonnay. <br />Os pratos estiveram certos em medida, sabor e apresentação. O rosty de aromas ocultando de forma erudita a batata e o risoto simplesmente divinal. O serviço decorreu com simpatia, sem extremos de sofisticação, mas correcto e eficaz. Além do que pedimos, poderíamos ter avançado para uns Lombos de javali com pêra glaceada sobre raízes de legumes apurados em molhos de Colares e Cepes, um Rolinho de linguado e vieiras ao vapor com arroz basmaty e molho de camarão, ou um Mil folhas de pargo e presunto no forno, por exemplo.<br />As sobremesas ao gosto inglês, com cheese cakes, profiteroles, tarte de maça merengada com coulis de caramelo, entre outros. <br />Nota alta para o ambiente e a confecção. <br />Óptima carta de vinhos, mas já agora… Por muito que respeite a produção da Casa Agrícola e lhe conheça o “bouquet”, este Tapada de Coelheiros é um vulgar e leve Chardonnay, com um discreto e elegante frutado, mas que me parece ainda poder evoluir muito e, de momento, não justifica o preço sinceramente abstruso a que se encontra. O Restaurante não tem culpa disso, claro. Mas, com efeito, os vinhos portugueses andam de cabeça perdida, inflacionados sem justificação, e talvez assim matem a galinha dos ovos de ouro que poderiam constituir, pela sua extrema qualidade. <br />Uma noite magnifica de gosto, sabor e nobreza numa das mais lindas terras de Portugal. Um charme absoluto, embora os ruidosos comensais ingleses de hoje se riam alto e já não tenham a elegância, o requinte e a nobreza do Lord Byron que tanto andou por aqui.<br />Uma referência de sempre, a defender-se muito bem na crise de gosto dos tempos que correm, este Lawrence’s. Um traço de classe britânica no coração de Sintra.<br /><br />Resumo<br /><br />Sala/Mobiliário ****; Porções***; Tempo de espera***; Confecção *****; Serviço ****; WC ****; Estacionamento ***; Paisagem/Ambiente ****; Grau de satisfação geral *****<br />Preço $$$$$Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-892440641194940437.post-17128330332464460772008-04-20T17:53:00.006+01:002009-05-13T00:51:44.446+01:00O Velho MiranteRua Sº Elói, nº 2<br />Pontinha<br /><br />O velho Mirante foi, em tempos, a porta de entrada do que hoje é a imensa Pontinha. Se há edifício histórico em tal suburbana praça, é seguramente este. De pé direito imenso e pórtico de ferro majestoso e castelão, é um espaço com pátio traseiro, arcadas altas e cantarias de origem, travejamento em madeira e um perfume de séculos passados. Argolas para prender o cavalo à porta, com armários de madeira embutidos, logo ao lado, o que sugere que, noutros tempos, talvez, tivessem servido para guardar os arreios. O espaço tem carisma e é pena que os novos móveis de frio tão estandardizados impliquem desgostosamente com um conjunto que, de outro modo, seria de uma rusticidade exemplar.<br />Primeira impressão positiva mas, depois, esta minha velha mania de ver os detalhes todos, começa a estragar a opinião. Com efeito, além dos frigoríficos/arcas que são sempre feios e atravancam o espaço, também os imensos aparelhos de ar condicionado se desajustam do décor. Mas há mais. As paredes ostentam objectos de bom gosto e antiguidade a par com cachos de uvas de plástico pendurados nas traves (!). <br />As mesas são, em parte, de bonitos e rústicos tampos de barris - o que as torna indicadas para 2 pessoas, mas exíguas para 4, impedindo a colocação das travessas. Mas, acima de tudo, aquelas inestéticas, pirosas e muitíssimo incómodas cadeiras, de discutível estética pós moderna, completamente desintegradas do ambiente e com um espaço mínimo para a função de receber assento, merecem uma nota desvalorizante em relação a uma sala que, afinal, poderia ser lindíssima. <br />Toalhas individuais e guardanapos de papel. Pão na cesta forrada a pano. Talheres regulares.<br />Há entradas para todos os gostos, desde ovos com farinheira, a alheiras, queijo, presunto, patês, salpicão de porco preto, morcela, chouriço assado, linguiça etc. Contudo, aos fins-de-semana, como foi o caso da nossa visita, nem tempo havia para instalar as pessoas que faziam imensa bicha na porta à espera de lugar. Os empregados pareciam, com efeito, insuficientes para o número de famintos comensais que ali afluem, e o serviço de cozinha é entre o <em>muitíssimo lento e o exasperante</em>. <br />À minha frente, para meu próprio enervamento, uma mesa de 4 pessoas esperou uma hora pelas suas doses! É sempre inexplicável. Se não há estruturas de bastidor para encher a sala deste modo, não se deve exagerar, pois o serviço ressente-se e o cliente não veio ali para sofrer, mas sim para se divertir, comer bem e passar um tempo com a família ou os amigos. Assim, a revolta na sala era patente e o desespero apoderou-se muito justamente de um cavalheiro que começou a fazer comentários mais alto, num ambiente de crispação desnecessário e sempre desagradável. <br />Toda a comida que vi passar tinha um aspecto de muito boa confecção. No nosso caso foi pedido um prato do dia - rancho, e bacalhau à minhota. Ambos vieram excelentes. Quando digo excelentes, digo excelentíssimos. Tão extraordinários de quantidade, como em qualidade; uma raridade. Perfume, sabor, textura, molho, confecção de nota superior. Um pequeno senão no acompanhamento de batatas do bacalhau que se resumiu a algumas perdidas por cima da posta gigante. Pedido um reforço, chegou na hora da sobremesa… Sem comentários. <br />Os clientes acantonam-se, sem qualidade de espaço, dando a sensação que a casa quer encaixar mais gente do que deveria e as decantadas normas de segurança aconselhariam. Com efeito, em caso de emergência, o evacuar da sala parece-me entre o problemático e o eventualmente trágico…<br />Casas de banho razoáveis, limpas, claras e com cabide. Mas, pelo menos no lado masculino, talvez momentaneamente, sem cesto para papeis e com a clarabóia suja. Estacionamento difícil. Recomenda-se reserva antecipada e uma dose muito elevada de paciência aos fins-de-semana, ou não vá. <br />Em condições normais, o Velho Mirante é um sítio onde se come excelentemente, por um preço módico. Podia ser um portentoso Restaurante de comida portuguesa. <br />Mas, tal como o vivi, com um ambiente cheio de famílias, com ruído, crianças chorando, clientes coléricos e em desespero e serviço obviamente comprometido por uma cozinha que pura e simplesmente não despachava... assim não! Não sei as razões da gerência que presidem aos critérios; podem até, estar cheios de razão nas suas opções; mas, na óptica do cliente, senti esse almoço de domingo como um encavalitamento de gente, desagradável e confuso. <br />Fugi, de resto, até, sem sobremesa. Café, conta, e ala! Uff!<br />Valor alto para a qualidade, quantidade e confecção. Mas atenção; isso não é tudo em restauração! Há muito que corrigir na sala, no tempo de serviço, no atendimento, no apoio de cozinha, na simpatia, na atenção, nos pormenores, na distribuição do espaço, no mobiliário e no tratamento condigno do cliente. <br />O velho Mirante e a sua excelente confecção mereciam essa atenção.<br /><br />RESUMO<br />Sala/Mobiliário ***; Porções*****; Tempo de espera*; Confecção ****; Serviço **; WC ***; Estacionamento **; Paisagem/Ambiente **; Grau de satisfação geral ***<br />Preço $$Unknownnoreply@blogger.com2